Folha de S. Paulo


Visita de Lula à Câmara termina em briga entre seguranças e jornalistas

A passagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela Câmara nesta terça-feira (29) terminou com uma briga entre seguranças da Casa e jornalistas. A confusão começou quando a Polícia Legislativa preparava a saída do petista do Congresso. O local estava tomado por fotógrafos, repórteres, cinegrafistas, assessores e políticos.

Os seguranças tentaram afastar a imprensa. Jornalistas reclamaram, já que a assessoria de Lula havia dito que ele daria declarações ao fim do evento em que recebeu medalha comemorativa à Constituição de 1988.

Minutos depois, quando Lula descia uma escada, o fotógrafo Ed Ferreira, do jornal "O Estado de S. Paulo", se aproximou do local. Ele tentou fotografar o policial legislativo Fernando Costa, que batia boca com outros jornalistas.

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Ambos discutiram. Costa deu um soco em Ferreira, que revidou com sua máquina fotográfica. As imagens foram gravadas por cinegrafistas. O policial foi levado para o departamento médico da Câmara, onde recebeu pontos na cabeça, segundo seus colegas.

O fotógrafo foi chamado a prestar depoimento na direção da Polícia Legislativa.

"Ele [o policial] não gostou de ser fotografado. Olhou nos meus olhos e partiu para cima de mim. Eu reagi em minha defesa. Nem sabia que ele era segurança", disse Ferreira.

A Câmara informou que a Polícia Legislativa abriu uma ocorrência para apurar o episódio. Costa fez exame de corpo de delito.

De acordo com a Câmara, Caio Almeida, outro agente, sofreu pequena lesão na testa ao tentar controlar o tumulto. A Casa informou ainda que Ed Ferreira não quis fazer exame no IML. Um repórter da Rede TV também será ouvido como testemunha.

Após os depoimentos, a Polícia Legislativa vai analisar as imagens de circuito fechado de TV da Casa e solicitar imagens para a emissoras de televisão que acompanharam o caso.

Os policiais têm até 30 dias para concluir a ocorrência. Se a conclusão for pela ocorrência de crime, pode ser aberto um inquérito.

O Comitê de Imprensa da Câmara repudiou a violência no episódio.


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