Folha de S. Paulo


Ministro critica 'obras faraônicas' de governos anteriores ao lançar pacote de investimentos

O ministro Aguinaldo Ribeiro (Cidades) aproveitou o anúncio de um pacote de investimentos em pavimentação e saneamento da União para alfinetar governos anteriores ao petista e para exaltar a gestão da presidente Dilma Rousseff.

Durante evento, realizado nesta quinta-feira (24), no Palácio do Planalto, o ministro disse que as ações da presidente fazem parte de um "novo" caminho para o país. Ribeiro anunciou hoje investimentos que somam R$ 13,5 bilhões para obras do PAC 2.

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O ministro destacou que o Brasil, sob comando de partidos adversários, praticava uma política 'velha', que apenas se preocupou em deixar como legado "obras faraônicas", espécie de "pirâmides", que eram feitas sem considerar a necessidade ou o tamanho dos gastos.

"Definitivamente não estamos anunciando nenhuma pirâmide. Essas obras que estamos anunciando não caberão no cartão postal. Estarão pulverizadas pelo país", disse. "Pavimentar ruas com calçadas não é faraônico, mas é nessas ruas, nessas calçadas, que o Brasil real caminha".

Sergio Lima/Folhapress
Ministro Aguinaldo Ribeiro (Cidades)cumprimenta Dilma durante evento do PAC 2; Gleisi Hoffmann (Casa Civil)e o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, também participam
Aguinaldo Ribeiro cumprimenta Dilma durante evento; ao lado Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e presidente da Câmara, Henrique Alves

LIBRA

O discurso, voltado para a disputa eleitoral do próximo ano, foi aplaudido diversas vezes pelos prefeitos presentes, que acompanhavam a liberação de verbas da União para seus projetos locais. O governo federal havia anunciado que faria esse repasse desde março deste ano, durante encontro com prefeitos.

"Nos próximos meses, quero arriscar e dizer que vamos assistir a um dos mais velhos e bolorentos debates nesse país, sobre o que é novo e velho na vida pública brasileira", afirmou Ribeiro. O ministro disse que os acontecimentos desta semana já dão resposta a esse debate.

De acordo com ele, a realização do leilão de Libra, na segunda-feira (21), serviu para "quebrar a visão entre privataria e o estatismo. Com o modelo de partilha, o Brasil transpôs a fronteira do velho e inaugurou a do novo".

O ministro defendeu que o processo --que teve apenas um participante, o consórcio entre a Petrobras, Shell, Total, CNPC e CNOOC-- mostrou que é possível preservar o interesse povo brasileiro e ao mesmo tempo atrair o interesse do capital internacional. "O velho é a xenofobia. O novo é conciliar o público e o privado para o benefício de ambos", disse.

ELEIÇÕES

O ministro das Cidades também saiu em defesa do programa Mais Médicos, que criou polêmica ao trazer profissionais estrangeiros para atuar no país. "Isso é o novo. O velho é dizer que a saúde não tem cura", disse o ministro.

Apesar de ter voltado o discurso para a disputa eleitoral do ano que vem, Aguinaldo Ribeiro defendeu que o anúncio de maior investimento em saneamento e pavimentação demonstra que a presidente Dilma está realizando ações sem "se preocupar com o próprio nome, mas com um princípio: beneficiar quem mais precisa".

O ministro disse ainda que o aporte do governo beneficia prefeitos de todos os partidos, o que também faria parte da 'nova gestão política' da presidente Dilma. "O novo é isso. Fazer sem olhar o título de eleitor, porque o povo não tem partido, tem necessidades que precisam ser resolvidas".


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