Folha de S. Paulo


Líder do PSB diz que candidatura de Campos é "irreversível" e Marina deve ser vice

Líder do PSB, o senador Rodrigo Rollemberg (DF) disse nesta segunda-feira que a candidatura do governador Eduardo Campos (PSB-PE) à Presidência da República é "irreversível" mesmo com a filiação da ex-senadora Marina Silva à sigla. Rollemberg disse que Marina está "aberta" a ser vice na chapa de Campos, sem a chance de pleitear a candidatura ao Palácio do Planalto.

"Isso não vai acontecer [Marina ser candidata à Presidência]. O governo vai ficar alimentando isso na mídia, de quem será candidato, mas temos essa certeza porque fizemos um entendimento com a Marina. Vamos avaliar qual será o seu melhor papel, não temos uma chapa fechada. Mas ela está aberta a ser vice", afirmou.

Rollemberg foi um dos negociadores da ida de Marina para o PSB. O senador participou do encontro, na noite de sexta-feira, que selou a decisão da ex-senadora de escolher o partido. Segundo o congressista, partiu da própria Marina a decisão de se filiar ao PSB --o que inicialmente deixou Campos "surpreso".

Marina hoje aparece em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto e Campos está em quarto.

Rollemberg disse que a ida de Marina cria um "fator político" favorável a Campos maior que a soma das intenções de votos na ex-senadora com as do governador de Pernambuco. "Tem um efeito político muito maior do que a soma, é algo não aritmético. O movimento político tem um efeito muito grande."

O líder disse que a disposição no PSB é de se "abrir" para a ideias da Rede, partido idealizado por Marina que não foi criado após o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) considerar que não havia assinaturas necessárias para a sua formação. Marina tentou criar a sigla para se lançar candidata, mas migrou para o PSB após a decisão da Justiça Eleitoral.

Segundo Rollemberg, a ex-senadora escolheu o PSB por ser a legenda que considera ter os "ideais" mais parecidos com os da Rede.

Além de aliados de Marina, articuladores da Rede, Rollemberg disse que o senador Pedro Simon (PMDB-RS) também telefonou ao governador de Pernambuco sugerindo a aliança dele com a ex-senadora. Os resultados da aliança, segundo o senador, vão ampliar as candidaturas do PSB no Estados.

"Eu acho que a união Rede-PSB amplia as candidaturas no Brasil. É uma aliança que foi bem recebida pela população", afirmou.

DERROTA

Para senadores da oposição, a união de Marina com Campos acendeu um sinal de alerta na possível candidatura do senador Aécio Neves (PSDB-MG) ao Palácio do Planalto. O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) disse que a chapa Marina-Campos "enfraquece" o debate político e a oposição.

"Mais candidaturas alternativas seriam o desejado. É um achado para o situacionismo. O PSDB tem que mirar a vitória, mas se tornou mais difícil. Temos que colocar fermento na candidatura do Aécio", afirmou.

Para ampliar a força do PSB-Rede contra PT e PSDB, o oposicionista PPS foi chamado a integrar a coalizão. O partido foi uma das legendas que ofereceu abrigo a Marina após o veto da Justiça Eleitoral à Rede Sustentabilidade.

Segundo Dias, o PSDB deve buscar o apoio do PPS, especialmente depois que Marina ingressou no PSB, deixando a possibilidade de se candidatar pela sigla oposicionista.


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