Folha de S. Paulo


Análise: Nos bastidores, prováveis candidatos comemoram veto à Rede

Ninguém será sincero publicamente. Mas, nos bastidores, virtuais candidatos à Presidência da República comemoraram a decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de tirar a Rede Sustentabilidade do jogo eleitoral de 2014.

A ex-senadora Marina Silva ainda não comunicou se irá se filiar a outro partido. Portanto, os prognósticos sobre quem ganha e quem perde ainda não são definitivos.

Entretanto, na avaliação do PT, PSDB e do PSB, os três partidos que devem encabeçar chapas na disputa nacional, o ingresso de Marina em outra legenda, como PEN ou PPS, enfraquecerá seu discurso "purista".

Segundo a Folha apurou, o governador Eduardo Campos (PSB-PE) avaliou, em conversa com interlocutores, que a decisão o beneficia. Para ele, uma candidatura pela Rede bloquearia parte de seu potencial nos votos de esquerda e limitaria suas chances de se apresentar no ano que vem como o "novo".

A presidente Dilma Rousseff também gostou do resultado, conforme interlocutores, por duas razões: manter no PT muitos dos votos que migrariam para a ex-senadora e poder contar com uma disputa menos concorrida para tentar liquidar a eleição no primeiro turno.

Já o senador Aécio Neves (PSDB-MG) recebeu a notícia com um misto de contentamento e dúvida. Contentamento porque temia que uma onda a favor de Marina Silva o deslocasse para a terceira posição no grid de candidatos. E dúvida porque, com ela, o espaço para um segundo seria maior. Marina teve cerca de 20 milhões de votos de 2010.

Para o PSDB, o ideal é que ela seja candidata, mas não pela Rede. Isso porque, em qualquer outro partido, ela legitimaria críticas de que tentava criar um partido somente para ser candidata, não para apresentar um projeto partidário alternativo no país.

A auxiliares, Aécio avalia que, se Marina desistir da disputa, haverá uma antecipação natural da polarização entre petistas e tucanos.


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