O ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes disse na manhã desta quinta-feira (3), falando de forma geral, que a Corte não pode patrocinar restrições à liberdade de imprensa e que tem que ser "uma casa aberta".
Gilmar fez essas considerações ao ser indagado sobre o pedido feito pelo presidente do STF, Joaquim Barbosa, para que o colega Ricardo Lewandowski demita assessora que é mulher de um repórter do jornal "O Estado de S. Paulo" que faz a cobertura jornalística do STF.
Gilmar disse que não tinha condições de comentar o caso específico por não ter detalhes sobre ele.
"Essa é uma questão interna do tribunal, vou me informar sobre essa questão, mas os senhores sabem que eu fui presidente do tribunal e que pautei a relação com os jornalistas de maneira muito aberta", disse Gilmar, acrescentando: "Eu sei que isso afeta o jornalista Felipe Recondo, a quem devoto a maior admiração, apreço, acho que o tribunal tem que ser uma casa aberta, acho que não devamos ter qualquer restrição à liberdade de imprensa. Eu não conheço o caso nos seus detalhes, mas eu tenho a impressão que essa deve ser a posição do tribunal."
| Pedro Ladeira-13.jun.13/Folhapress | ||
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| O ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes |
No ofício que enviou a Lewandowski, Joaquim Barbosa afirma que o fato de o repórter fazer a cobertura jornalística do STF reputa "antiética" a presença da mulher no gabinete do colega. Recondo é o jornalista que o presidente da corte mandou "chafurdar" no lixo no começo do ano.
Joaquim e Lewandowski, respectivamente relator e revisor do processo do mensalão, tiveram várias divergências públicas durante o julgamento do caso.