Folha de S. Paulo


Batizada de Saqueador, operação da PF mira dono da Delta

O empresário Fernando Antonio Cavendish Soares e a empresa dele, a Delta Construção, são alvos de investigação da Polícia Federal.

Cerca de 100 policiais foram mobilizados nesta terça-feira (1°) para cumprir 20 mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro, São Paulo e Goiás "envolvendo sede e filial de empresa de engenharia, seu controlador e pessoas relacionadas ao suposto esquema criminoso".

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Batizada de Saqueador, a operação, segundo nota divulgada pela PF, tem o objetivo de aprofundar investigação que apura desvio de recursos públicos. "Foram verificados, até o momento, fortes indícios de transferências milionárias de recursos de referida empresa de engenharia para sociedades de fachada, possivelmente desviados de obras públicas. Para comprovação de tais desvios, está sendo realizada perícia contábil-financeira na sociedade investigada", diz a PF.

Trata-se de um desdobramento de investigação iniciada a partir de documentos enviados pela CPI do Cachoeira, criada em abril de 2012 no Congresso para investigar as informações obtidas pela PF, por meio das operações Vegas e Monte Carlo, que indicaram o envolvimento de agentes públicos e privados com o empresário Carlinhos Cachoeira. As operações tinham como objetivo inicial investigar a exploração de jogos de azar.

Eduardo Knapp-18.abr.12/Folhapress
O empresário Fernando Cavendish, dono da empresa Delta
O empresário Fernando Cavendish, dono da empresa Delta

"O material foi imprescindível para o início das investigações na medida em que tais informações nominaram as empresas de fachada que supostamente recebiam valores desviados da pessoa jurídica investigada no presente apuratório", afirma a nota da polícia.

No ano passado, tanto Cavendish quanto a Delta foram alvos de investigação da CPI do Cachoeira, que apurou as ligações com o empresário Carlinhos Cachoeira. A comissão terminou sem indiciados. Após ser envolvida em suspeitas de fraude, a Delta pediu em junho a recuperação judicial.

A construtora tinha 100% do seu portfólio de encomendas com o setor público. No entanto, foi declarada inidônea, ou seja, não pode mais ser contratada por governos.

Em maio deste ano, a Justiça Federal no Rio condenou Cavendish a quatro anos e seis meses de prisão por desvio de verbas públicas federais. Essa condenação não tem a ver com o caso Cachoeira.


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