Folha de S. Paulo


Aecistas do PSD de Minas dão crédito a Kassab e ficam no partido

Os integrantes do PSD-MG que seguem o grupo político do senador Aécio Neves (PSDB) devem se manter no partido de Gilberto Kassab na "confiança" de que não haverá interferência do comando nacional da sigla para impor apoio eleitoral ao PT em Minas Gerais.

Kassab tem reiterado o apoio do partido à reeleição da presidente Dilma Rousseff nos encontros do Diretório Nacional, mas tem dito que acatará a escolha do PSD-MG. Quem diz é o deputado federal licenciado e secretário de Estado na gestão do PSDB em Minas, Alexandre Silveira, principal articulador do grupo do PSD ligado a Aécio.

"O Diretório Nacional disse que as decisões sobre Minas serão conduzidas por Minas. Estou muito otimista, embora alguns deputados estejam apreensivos", afirmou Silveira.

A apreensão existe porque o prazo para mudança de partido vai até a próxima sexta-feira (4). O PSD-MG tem oito deputados estaduais e cinco federais --eram seis até a semana passada, antes da saída de Ademir Camilo para o recém-criado Pros. A ampla maioria deles segue Aécio.

O PSD em Minas Gerais é presidido pelo empresário Paulo Simão, indicado por Kassab e integrante do conselho econômico do governo Dilma. No ano passado, Kassab e Simão promoveram intervenção na comissão provisória de Belo Horizonte porque os aecistas aprovaram o apoio eleitoral à reeleição do prefeito Marcio Lacerda (PSB), contra o PT.

Atendendo a um pedido da presidente Dilma, a intervenção foi feita, mas Kassab e Simão perderam a disputa em todas as instâncias da Justiça Eleitoral. "Kassab destaca a lealdade dele à presidente Dilma, mas viu que o episódio de Belo Horizonte gerou um trauma e não quer repetir isso", disse Silveira.

Os aecistas preveem que vencerão a disputa interna e se aliarão ao candidato ao governo estadual escolhido por Aécio --além de apoiar a eventual candidatura presidencial do tucano, mesmo indo contra a escolha nacional do PSD.

Para tentar convencer Kassab da necessidade de respeitar as decisões do grupo, um dos argumentos que alguns aecistas usam é que, em uma eventual derrota de Dilma para o tucano, o PSD, por meio do diretório mineiro, já teria um pé no Planalto.

A assessoria de Gilberto Kassab, presidente do PSD, confirmou que a direção nacional do partido pretende acatar a decisão que for tomada pela seção mineira da sigla, e que não haverá intervenção.


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