Folha de S. Paulo


Justiça quebra sigilo de 11 suspeitos no caso Alstom

A Justiça Federal em São Paulo determinou que o Banco Central e a Receita Federal informem se os 11 indiciados no inquérito sobre a empresa francesa Alstom mantiveram contas bancárias no exterior entre 1997 e 2000.

Entre os indiciados estão o vereador de São Paulo e ex-secretário estadual de Energia Andrea Matarazzo (PSDB), os ex-dirigentes da estatal paulista EPTE Eduardo Bernini e Henrique Fingermann, ex-diretores da Alstom e consultores suspeitos de intermediarem propinas.

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O inquérito foi aberto em 2008 para apurar se a Alstom subornou políticos e servidores para obter contratos com empresas do setor elétrico e de transporte controladas pelo governo na década de 90.

A Polícia Federal entregou o relatório final desse caso em agosto de 2012. Um ano depois, o Ministério Público decidiu que eram necessárias novas diligências e pediu que a Justiça determinasse à Receita e ao Bacen o envio dos dados sobre os indiciados.

Além disso, solicitou informações à França sobre dois executivos da Alstom que teriam orientado o pagamento de propinas no Brasil. A Justiça autorizou as medidas no final de agosto.

O advogado de Matarazzo, Antônio Claudio Mariz de Oliveira, disse que o vereador "não recebe com desagrado o despacho, pois isso faz parte das investigações" e que Matarazzo não tem conta no exterior. Mariz afirmou que o indiciamento de Matarazzo foi realizado sem provas e apenas pelo fato de o vereador ter ocupado o cargo de secretário de Energia em um dos períodos investigados.

A advogada de Bernini e Fingermann, Carla Domenico, disse que a medida não trará novidades pois os ex-diretores já tiveram o sigilo bancário e fiscal quebrado no caso. Disse que o indiciamento deles foi feito de forma arbitrária e sem base em provas.


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