Folha de S. Paulo


Alckmin diz que corregedoria tem 'ordem expressa' para investigar servidor

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou nesta segunda-feira (23) que a corregedoria do Estado tem "ordem expressa" para investigar todas as suspeitas envolvendo servidores públicos na formação do cartel que atuou em licitações de metrô e trem do governo, entre 1998 e 2008, delatado pela alemã Siemens.

Reportagem de hoje da Folha mostra que o atual secretário-executivo do conselho gestor de Parcerias Público-Privadas da Secretaria do Planejamento do governo Alckmin, Pedro Benvenuto, forneceu dados internos do Metrô e da CPTM para um consultor investigado pela Polícia Federal que prestava serviços para duas empresas acusadas de integrar o cartel.

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À época Benvenuto era coordenador de gestão e planejamento da Secretaria de Transportes Metropolitanos. Metrô e CPTM são empresas ligadas à secretaria.

"Demos à corregedoria a ordem expressa para fazer a investigação completa, não ter nenhuma dúvida. Se tiver algum servidor público envolvido em irregularidade ele será responsabilizado. Então vamos aguardar", afirmou Alckmin. "Todos os fatos que ocorrem a corregedoria imediatamente apura."

Questionado se Benvenuto permaneceria no governo durante o procedimento da corregedoria, Alckmin afirmou: "Vamos aguardar o início ao menos da investigação".

O secretário dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, reafirmou que as informações repassadas por Benvenuto ao consultor eram públicas e que constavam de planos plurianuais, mas não soube precisar em qual documento estavam.

As informações públicas reunidas no plano plurianual disponível à época iam só até 2007, e os dados repassados continham informações de 2012.

Fernandes disse também que a secretaria tem 17 mil funcionários e que não é possível controlar as ações de todos. "Eu não tenho controle, nem eu nem você nem ninguém. O que a pessoa faz à noite, no final de semana, na hora do almoço, isso é da pessoa."

"Agora, o fato de ele ter fornecido ou não material importante, se isso é sigiloso ou não, nós vamos ficar sabendo. A corregedoria vai levantar tudo, não tem problema."

Alckmin também afirmou que as atas da comissão formada por entidades civis para acompanhar o trabalho da Corregedoria do Estado nas investigações sejam publicadas na internet. "Sou totalmente favorável, não sei por que não foi publicado. Vai ser."

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Alckmin e Fernandes participaram nesta segunda-feira da assinatura para início das obras das linhas 13-Jade e da extensão da linha 9-Esmeralda da CPTM. A previsão do governo é que elas levem 15 e 18 meses, respectivamente.

A linha 9 terá duas novas estações e chegará a Varginha, extremo sul da capital. A linha 13 terá três estações, e ligará a linha 12-Safira ao aeroporto de Guarulhos.

Alckmin também entregou seis novos trens para a CPTM. Eles foram fabricados pela CAF, uma das empresas acusadas pela alemã Siemens de participar dos cartéis que atuaram nas licitações do governo.

Editoria de Arte/Editoria de Arte/Folhapress

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