Folha de S. Paulo


Ações contra a Siemens devem se estender a outras empresas, diz Alckmin

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou nesta quarta-feira (18) que "ninguém faz cartel sozinho" e que o processo para impedir a Siemens de participar de novas licitações será "extensivo às demais" empresas, se for comprovada a participação delas no "conluio" que agiu em concorrências do Estado.

Em maio, a Siemens fez uma delação às autoridades federais informando que participou de cartéis na área de transportes em São Paulo e no Distrito Federal entre 1998 e 2008 e apontou a participação de outras empresas nos acordos.

A administração estadual, o Metrô e a CPTM apresentaram ação conjunta à Justiça, na qual pedem que a Siemens seja condenada a indenizar o Estado pelos supostos prejuízos causados pelos cartéis.

Após cartel, Metrô e CPTM querem proibir Siemens de concorrer a contratos públicos

Ontem, as duas empresas receberam ofício da corregedoria do Estado recomendando a abertura de outros dois processos, para declará-la inidônea, o que a impediria de participar das concorrências.

As empresas devem anunciar hoje quando os novos processos serão abertos.

Segundo Alckmin, "à medida que outras empresas tenham comprovada sua participação, contra elas também serão abertos os processos de indenização e de declaração de inidoneidade".

"Começamos pela Siemens que é a primeira, mas será extensivo também às demais", disse.

FEDERAÇÃO DE PAPEL

Alckmin participou nesta quarta-feira da celebração de 217 convênios com municípios para a compra de caminhões.

No discurso aos prefeitos, criticou a centralização de recursos na administração federal, comandada pela petista Dilma Rousseff. "O Brasil precisa um choque de descentralização, mas descentralizar também dinheiro, não é só responsabilidade, é descentralizar recursos para que as pessoas possam trabalhar", afirmou.

Depois, em entrevista, disse que a "centralização em Brasília é herança do Brasil colônia".

"País continental precisa ser federativo, só que não podemos ter uma Federação de papel, frágil, onde a prefeitura e Estados vivem em dificuldade e a União centraliza dois terços da arrecadação."


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