Folha de S. Paulo


Ministro do STF suspende julgamento da chacina de Unaí

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello suspendeu no começo da noite desta segunda-feira (16) o que seria o segundo julgamento de acusados pela chacina de Unaí (MG), até então agendado para esta terça-feira (17) em Belo Horizonte.

Com isso, quase dez anos após as mortes de quatro servidores do Ministério do Trabalho, o julgamento de um dos fazendeiros suspeitos de ser o mandante dos crimes foi adiado, conforme informou a Justiça Federal em Minas Gerais.

A defesa do fazendeiro Norberto Mânica, que nega as acusações, pediu a suspensão do julgamento porque ainda espera que a sessão seja transferida para Unaí.

A Justiça Federal havia feito a transferência para Belo Horizonte porque o Ministério Público Federal alegava que os réus são influentes na região e poderiam influenciar a decisão dos jurados. Essa questão será decidida pelo STF, após a liminar (decisão provisória) de Mello suspender a sessão desta terça-feira.

Além de Norberto, o irmão dele, Antério Mânica, também é acusado de ser mandante dos crimes, o que ele também nega. Antério foi prefeito de Unaí por dois mandatos. Os Mânica são grandes produtores rurais na região.

No último dia 31, no primeiro julgamento do caso, três homens acusados de serem os executores dos crimes foram condenados a penas de até 94 anos de prisão.

Segundo a acusação, os irmãos Mânica estavam insatisfeitos com a fiscalização do Ministério do Trabalho nas lavouras de feijão deles e por isso mandaram matar os três fiscais e o motorista do governo em uma emboscada, em janeiro de 2004.

Sergio Lima - 6.ago.04/Folhapress
Norberto Manica, empresario acusado de ser o mandante das mortes dos fiscais do Ministério do Trabalho em Unaí
Norberto Manica, empresario acusado de ser o mandante das mortes dos fiscais do Ministério do Trabalho em Unaí

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