Folha de S. Paulo


'A gente vende o peixe para que as empresas venham', diz secretário sobre encontros

O secretário dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, diz que os encontros com executivos servem para cobrar possíveis atrasos de empresas que tenham contratos em andamento ou para "vender o peixe" da pasta.

Secretário do governo de SP se reuniu 73 vezes com grupos citados em cartel

Leia abaixo a entrevista dele à Folha.

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Folha - O que é tratado nas reuniões? Por que a frequência?
Jurandir Fernandes - A gente convoca para discutir atraso em entrega, é uma briga constante. Ao mesmo tempo, apresenta o futuro. Mostramos o que o Brasil, e particularmente São Paulo, tem a oferecer. A gente vende o peixe para que as empresas venham.

Por que o secretário participa?
O presidente de uma empresa não quer saber o detalhe da obra da linha tal. O que ele precisa saber é quais são as tendências para os próximos 20, 30 anos.

Os executivos prestam contas desses encontros?
Não sei como funciona lá fora, mas valoriza o relatório de um grande executivo ter sido recebido por pessoas influentes. O que a gente evita, e eu exijo comedimento, são visitas inócuas.

Algumas das empresas eram alvo de investigação do Ministério Público quando ocorreram as reuniões. Não houve constrangimento?
Enquanto não há transitado em julgado você não pode ter discriminação. Agora, uma vez que transita em julgado, ela nem sequer participa da licitação.

O Arthur Teixeira [apontado como lobista] se reuniu com o sr. três vezes...
É o mesmo princípio. Recebo quem pede audiência -deputados, representantes de empresas, de tudo. O pessoal da Efacec [grupo português acompanhado por Teixeira] deve ter contratado os trabalhos dele aqui no Brasil, para se aproximar, poder abrir agendas.


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