Folha de S. Paulo


Número de prisões cresce com violência de protestos

As manifestações de Sete de Setembro reuniram menos gente, mas registraram proporcionalmente mais detenções nas principais cidades do país, em comparação com os protestos de junho.

No feriado de sábado, 335 pessoas foram detidas em 11 capitais --o Rio registrou o maior número de casos (77), seguido por Brasília (50). Até ontem, 26 continuavam detidos: 16 em Belo Horizonte, oito em São Paulo, um em Porto Alegre e mais um no Rio.

Em 17 de junho, cerca de 215 mil pessoas saíram às ruas em 12 capitais contra o aumento nas tarifas de ônibus e houve poucas detenções.

A manifestação de 17 de junho no Rio reuniu, segundo a Polícia Militar, 100 mil pessoas. Apesar da violência na ocasião, não houve mais do que 13 detenções --seis vezes menos do que anteontem.

Salvador teve 32 presos ao longo dos protestos de junho, que chegaram a contar com grupos de 20 mil pessoas. No sábado, havia apenas cerca de 200 manifestantes, mas houve 45 detenções, mais do que em todo o mês de junho.

Além do quórum mais baixo, os protestos de Sete de Setembro foram marcados pela violência. Os manifestantes eram liderados, em cidades como São Paulo, por adeptos da tática "black bloc", que defende maior agressividade.

No Rio, houve tentativa de invasão do desfile militar por parte dos ativistas. Famílias que assistiam ao evento pularam as grades de proteção e fugiram assustadas.
Com expectativa de protestos grandes como os de junho, a polícia agiu preventivamente em muitas capitais.

Em Porto Alegre, duas agências bancárias foram depredadas. Os manifestantes, mascarados, recuaram ao se ver em inferioridade numérica em relação aos homens da tropa de choque e da cavalaria.

O acompanhamento das passeatas por defensores públicos e o fechamento antecipado do comércio, precauções registradas em junho, não foram tomadas no sábado.

Em Brasília, ativistas não puderam ocupar a Esplanada dos Ministérios, isolada pelo desfile de Sete de Setembro.

A PM usou mão de recursos inéditos para dispersão de multidões, como canhões de água, e reforçou o efetivo.

No auge da confusão, quando o grupo tentava se dirigir ao Estádio Nacional, havia cerca de mil manifestantes --a PM operava com 4.000 homens. Em junho, eram 6.000 policiais para 30 mil pessoas nas ruas.

Editoria de Arte/Folhapress

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