Folha de S. Paulo


Desinteresse esvazia comitês da Comissão da Verdade em São Paulo

Em São Paulo, Estado com o maior número de Comissões da Verdade pelo país (11), os dois comitês em funcionamento na capital, da Assembleia Legislativa e da Câmara Municipal, tornaram-se esvaziados e personalistas.

É raro, nas audiências realizadas pelas duas, ver a presença de outros deputados e vereadores que não sejam seus integrantes.

Comissões da Verdade se multiplicam sem avançar investigações

Os trabalhos dos grupos, cada vez mais, dependem da atuação de seus respectivos presidentes -o deputado Adriano Diogo (PT) e o vereador Gilberto Natalini (PV).

Ex-presos políticos, Diogo e Natalini conduzem os trabalhos com o auxílio de poucos assessores. "Quase ninguém [dos deputados estaduais] se importa com isso aqui. Geralmente o trabalho é conduzido só pelo Adriano Diogo", diz Ivan Seixas, outro ex-preso político que assessora a comissão estadual.

O novo coordenador da Comissão Nacional da Verdade, José Carlos Dias, afirma que os comitês em funcionamento no país serão fundamentais para ajudar na elaboração do relatório final do grupo, que será apresentado no ano que vem.

Ele promete firmar parcerias para tomar depoimentos conjuntos com os comitês municipais e estaduais, forma de fortalecê-los.

Nos grupos locais, as convocações para depoimentos são meros convites, que podem ser recusados. Na comissão nacional, contudo, os convocados são obrigado a comparecer, sob pena de responderem por crime de recusa de obediência.


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