Folha de S. Paulo


117 foram detidos em SP e no Rio por protestos do Sete de Setembro, diz polícia

A polícia informou que 117 manifestantes foram detidos em São Paulo e no Rio durante os protestos que marcaram o Sete de Setembro no país.

Na capital paulista, a Polícia Militar informou que 40 pessoas foram conduzidas a distritos policiais por causa dos protestos do Dia da Independência.

Entre eles está um grupo com cinco adultos e um menor de idade, detidos por suspeita de tentativa de homicídio, formação de quadrilha e dano ao patrimônio público em uma ocorrência envolvendo um policial da Rocam. Com eles foram apreendidos 16 artefatos explosivos, um bastão de ferro, uma faca, roupas pretas, capuz e uma garrafa de gasolina, informou a PM.

Ainda segundo a polícia, cinco policiais ficaram feridos e quatro viaturas foram danificadas durante os atos.

Dia de protestos pelo país tem mais de 300 detidos

A PM divulgou ainda um balanço dos danos causados pelos manifestantes na cidade. A maioria deles é de lixeira quebradas e incendiadas --mas lojas, bancos, um carro e a universidade FMU também foram vandalizados, de acordo com a corporação.

Até a tarde deste domingo, a polícia não sabia informar quantos manifestantes continuavam presos.

RIO

A manifestações e os confrontos com a polícia durante o Dia da Independência no Rio deixaram um saldo de 21 detidos em flagrante -- apenas um se mantém encarcerado por porte ilegal de arma. Outros 20 vão responder em liberdade.

Ao todo, 77 pessoas foram detidas ontem para averiguações, identificação de mascarados e autuações de crimes como porte de artefato explosivo, desacato e lesão corporal. Os dados são da Polícia Civil.

O saldo apenas dos detidos e autuados em flagrante (21) é maior do que, por exemplo, os 13 que também respondem por crimes contendidos durante o protesto de 17 de julho. Naquele dia, cerca de 100 mil pessoas participaram de um protesto contra o aumentos dos ônibus no centro do Rio, que terminou em confronto e quebra-quebra diante sede Assembleia Legislativa, que chegou a ser invadida.

Já no dia 20 de junho, após marcha que tomou as ruas do centro do Rio, com cerca de 300 mil participantes, um grupo se dirigiu à sede da prefeitura da capital fluminense e houve grande confronto entre policiais e manifestantes.

Ao menos 22 pessoas ficaram feridas --mais do que os 14 do Sete de Setembro. O número de flagrantes, porém, foi mais baixo: apenas cinco detidos.

Em outro ato que culminou em violência e depredação, 500 manifestantes participaram de protestos nos bairros de Leblon e Ipanema, na zona sul do Rio, contra o governador do Rio, Sérgio Cabral. Lojas, bares e bancos foram danificados e saqueados, mas o total de autuados em flagrante foi menor: oito pessoas.

No sábado (7), a impressão de agentes de segurança ouvidos pela reportagem durante os protestos era que os atos foram mais dispersos, mas reuniram menos pessoas do que os protestos de junho --não há, porém, um balanço oficial.

Por outro lado, a violência de grupos como os de mascarados nunca havia se voltado contra pessoas --apenas patrimônio, até então.

Na tentativa de invasão ao desfile militar, pessoas que assistiam correram assustadas e algumas foram feridas ou passaram mal --inclusive idosos e uma criança. Não houve, porém, tanto estrago nem um confronto tão intenso como o dos dias 17, em frente à Assembleia, ou no entorno da Prefeitura do Rio, no dia 20 --quando o fim da maior manifestação recente que ocorreu na cidade terminou em um grande ato de violência, repressão da polícia e depredações.

PROTESTOS

A manifestação comandada pelos 'black blocs' começou na avenida Paulista. Eles se dirigiram até a região central da cidade, onde entraram em confronto com a PM na frente da Câmara Municipal.

Na praça João Mendes, um grupo de manifestantes cercou um policial, que disparou para o chão. Uma bala ricochetou e atingiu de raspão o queixo de um fotógrafo. Pelo menos quatro pessoas foram atropeladas, duas na região da Sé. Uma das vítimas foi atingida por um carro da Polícia Militar.

Mais tarde, parte dos 'black blocs' retornou à avenida Paulista, onde ocorreu um novo confronto com a PM.

No Rio, a confusão começou quando manifestantes furaram bloqueios policiais e invadiram a área onde ocorria o desfile oficial. No fim da tarde, a polícia recorreu novamente à força para impedir que manifestantes se aproximassem do Palácio Guanabara, sede do governo do Rio.


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