Folha de S. Paulo


Falta de comunicação faz Choque lançar bombas na Sociedade Viva Cazuza

A falta de comunicação entre o Batalhão de Choque e outros agentes da Polícia Militar, verificada em várias manifestações no Rio de Janeiro, fez com que duas bombas de fumaça (fumígenas), fossem lançadas hoje (5) dentro da Sociedade Viva Cazuza, que trata de crianças com Aids.

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De acordo com o tenente-coronel Mauro Andrade, ele liberou a passagem de manifestantes para o bairro do Cosme Velho, colado à rua das Laranjeiras, para dispersar o grupo, mas quando o Batalhão de Choque, desavisado, viu o movimento pensou que se tratava de uma outra tentativa de contornar a rua Pinheiro Machado para chegar ao Palácio Guanabara, sede do governo.

Bombas de fumaça foram lançadas aleatoriamente pelo Batalhão de Choque, e duas delas entraram dentro da Sociedade Viva Cazuza. Uma vizinha da entidade, que fica na rua Pinheiro Machado, onde está localizado o Palácio Guanabara, disse ter visto algumas crianças passando mal.

A sucessão de bombas fez efeito e dispersou os manifestantes, que aos poucos deixam o bairro de Laranjeiras.

De acordo com o tenente-coronel, as bombas serão levadas à Corregedoria da Polícia Militar para que o número de série identifique o policial que as jogou.

Andrade inclusive informou que esse procedimento pode ser feito por qualquer pessoa que encontre um artefato desse tipo na sua residência, ou em qualquer local público.

As bombas não feriram nem fizeram mal às crianças da entidade, informou um funcionário da Viva Cazuza. "As crianças estão bem, estão brincando", disse o funcionário.

50 pessoas foram detidas na noite de hoje e encaminhados para a 21ª DP.


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