Folha de S. Paulo


Abordagem da polícia para revistar manifestantes gera tumulto em Manaus

Policiais militares e manifestantes protagonizaram um princípio de confusão neste sábado (7) no entorno do sambódromo de Manaus, onde havia ocorrido o desfile cívico do Sete de Setembro.

Cerca de 200 pessoas, algumas com máscaras e com referências à tática 'black bloc', chegaram ao local por volta das 10h30, quando o desfile já havia terminado. O grupo entrou no sambódromo, já vazio, mas em seguida voltou para a rua.

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Na saída, a polícia fez um cordão de isolamento para revistar os manifestantes, que recusaram a abordagem.

Bandeiras foram arrancadas das mãos dos manifestantes, o que gerou tumulto. Um homem foi imobilizado pelos policiais e levado até uma viatura, mas liberado em seguida.

Policiais ostentaram barras de ferro e garrafas de vidro vazias encontradas com o grupo, que passou a hostilizar os jornalistas.

"Quem quer se manifestar em paz não anda com barra de ferro e garrafa de vidro vazia", disse o tenente-coronel Andrade Gouvêia. A manifestação seguiu em direção à região central da cidade, acompanhada por pelo menos 50 policiais a pé e em motos.

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PIMENTA

Cerca de 30 minutos antes, dois homens da polícia do Exército foram retirados às pressas do entorno do sambódromo após serem cercados por um grupo de pessoas.

Segundo relatos, os policiais passaram pela multidão e lançaram gás de pimenta. Gisele Duarte, 29, disse ter sido atingida nos olhos.

O major do Exército Rodrigo Boueri disse que o caso será investigado.

Enquanto ocorria o desfile, cerca de 20 manifestantes da UMM (União dos Movimentos de Manaus) reuniram-se em frente ao sambódromo e protestaram contra a corrupção.

"Hoje a pauta é mais geral. Mas focamos muito na corrupção, que mata e gera miséria", disse Lohanna Souza, 21, estudante de medicina e uma das líderes do movimento.

Vestidos de branco e amordaçados, cinco jovens seguravam placas pedindo dignidade, saúde, transporte público, segurança e educação. Acima, outro manifestante, de terno e gravata, ostentava notas falsas de dinheiro e tinha as mãos sujas de tinta vermelha.


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