Folha de S. Paulo


Dilma participa de desfile esvaziado

A presidente Dilma Rousseff participou neste sábado em Brasília de um desfile pelo Sete de Setembro esvaziado de povo, mas prestigiado por ao menos 20 de seus ministros.

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Neste ano, a parada foi ainda mais curta do que o previsto: Dilma chegou da Rússia no início da madrugada de ontem e aparentava cansaço. Em pouco mais de 60 minutos, a presidente revistou a tropa, assistiu às apresentações militares e conversou com autoridades.

Ao lado dela, o vice-presidente Michel Temer e o presidente do STF, Joaquim Barbosa, confraternizaram e trocaram observações durante parte do desfile.

Entre as ausências sentidas estavam a dos presidentes da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

A Secretaria de Segurança do Distrito Federal previa a presença de 40 mil pessoas no desfile. A PM registrou, em seu auge, 15 mil pessoas --entre público e manifestantes.

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São números pequenos perto daqueles registrados no governo Lula (2003-2010), quando foi feito um esforço para popularizar a festa. No auge, em 2004, 60 mil pessoas compareceram à Esplanada dos Ministérios. O menor desfile foi em 2006, após a crise do mensalão, com 30 mil pessoas. No ocaso do governo FHC, em 2002, houve 20 mil pessoas presentes.

A esplanada ficou isolada em toda a sua extensão, com exceção da pista da direita. A área do desfile foi, como nos últimos anos, cercada por tapumes e houve revista para a população entrar nas arquibancadas.

Houve um princípio de confronto próximo ao Congresso, onde a polícia usou gás de pimenta contra um grupo de manifestantes. Ali, segundo a PM, se concentraram em torno de 1.500.

O ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) disse que "não há dúvida nenhuma de que o receio [das manifestações] atrapalhou [a presença do público]". O governo, inclusive, já trabalhava com a expectativa de mais manifestações ao longo do dia.

"O que nós desejamos é que elas sejam pacíficas, organizadas e que mais uma vez mostrem a vontade do nosso povo em participar, protestar, reivindicar, o que eu acho muito bom para o Dia da Pátria."

Depois do desfile, pequenos grupos de ativistas de Black Blocks começaram a marchar em direção ao Estádio Nacional, onde a seleção brasileira jogaria às 16h, sendo impedidos por barreiras de PMs.


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