Folha de S. Paulo


Em clima de tensão, Dirceu acompanha julgamento com amigos

O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (PT) assistiu em clima de tensão e acompanhado de parentes e amigos à sessão do STF que poderia ter encerrado o julgamento do mensalão e determinado a prisão dele e dos outros condenados no caso.

"O momento é de bastante apreensão, então ele (Dirceu) não fez nenhum comentário", disse o presidente da CUT, Vagner Freitas, ao deixar o salão de festas do prédio onde mora o irmão do ex-presidente do PT no bairro de Vila Mariana. Cerca de 50 pessoas, incluindo colegas de militância política, estiveram com Dirceu.

Juca Varella/Folhapress
José Dirceu conversa com amigos no salão de festas do prédio do irmão após a suspensão da sessão do STF
José Dirceu conversa com amigos no salão de festas do prédio do irmão após a suspensão da sessão do STF

O político pode ter a prisão solicitada pela Procuradoria-Geral da República tão logo acabe esta fase de recursos. Ficou para a próxima quarta-feira a decisão sobre embargos infringentes, um tipo de recurso que ainda não foi apreciado. Se os ministros entenderem que essa apelação pode ser avaliada pela Corte, ela poderá levar a um novo julgamento dos réus condenados por placares apertados, com pelo menos quatro votos pela absolvição, como é o caso do ex-ministro.

Ainda estiveram no encontro filhas e outros familiares de Dirceu, o escritor Fernando Morais, a o produtor de cinema Luiz Carlos Barreto, a jornalista Hildegard Angel, o deputado estadual Adriano Diogo (PT) e o ex-prefeito petista de Osasco Emídio de Souza. Colegas da geração de 1968 --do combate ao regime militar--, e jovens da militância do PT também foram dar apoio a Dirceu.

Barreto confirmou o momento de expectativa e tensão de Dirceu e de seus amigos, mas disse que não havia "clima de velório" no salão de festas. Para Barreto, ao acompanhar a sessão do STF os presentes estavam vendo "um assassinato político e não um julgamento".

"Ele está pagando pelo pecado de ter conseguido como presidente do PT eleger um operário presidente da República. Esse é o grande crime de José Dirceu", afirmou o produtor, em alusão à eleição de Luiz Inácio Lula da Silva em 2002.


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