Folha de S. Paulo


Cartel de trens em SP não vai afetar negócios de Alstom e Siemens no país

O escândalo envolvendo a Siemens e a Alstom na construção de trens e do metrô de São Paulo, por formação de cartel dos fornecedores, não vai afetar os negócios dessas empresas no país, disseram executivos da área de energia eólica, presentes no Brazil Windpower 2013, que termina hoje (5).

O cartel envolvendo o fornecimento de equipamentos para metrôs e trens veio à tona em julho, quando a Folha revelou que a multinacional alemã Siemens delatou um esquema do qual fazia parte às autoridades antitruste.

O caso vem sendo investigado pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) com base em "diários" que a Siemens forneceu.

Na denúncia, a Siemens aponta que as empresas Alstom (França), Bombardier (Canadá), Mitsui (Japão) e CAF (Espanha) eram as que operavam em cartel no país.

Otimista com a rápida expansão do mercado brasileiro no segmento eólico, o diretor da divisão eólica da Siemens, Eduardo Angelo, afirmou após palestra no seminário que os planos da companhia no Brasil não serão alterados pela descoberta do cartel.

"Nosso interesse no Brasil, nossa participação no Brasil é a nossa crença de que o mercado é pujante para a energia renovável, estamos em plena execução de projetos", afirmou.

Perguntado sobre a denúncia de cartel, Angelo desconversou: "Esse tema eu não abordo, inclusive nós temos um posicionamento muito claro. Minha área é de energia eólica e eu não posso agregar nada", explicou.

Pierre François Chenevier, diretor geral para Wind na América Latina da Alstom, também descartou qualquer alteração nos rumos da companhia por conta da investigação que está sendo feita após a denúncia do cartel.

"Não teve impacto, não muda em nada (nosso trabalho). Continuamos trabalhando como sempre, igual", disse Chenevier à Folha."A Alstom quer ser um ator de longo prazo (na energia eólica) como foi no transporte", disse durante a sua apresentação no evento.


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