Folha de S. Paulo


Ex-assessor da Casa Civil acusado de estupro é preso no Paraná

O ex-assessor da Casa Civil Eduardo Gaievski foi preso na manhã deste sábado (31) em Foz do Iguaçu (oeste do Paraná). Ele era procurado pela polícia desde a última sexta-feira (23), acusado de estupro de menores e favorecimento de prostituição.

Ex-prefeito de Realeza (PR) pelo PT e nomeado assessor da ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil) no início do ano, Gaievski estava no apartamento de um parente em Foz do Iguaçu. Ele foi preso no início da manhã e está a caminho de Curitiba, onde deve chegar até o início da tarde.

O político é suspeito de obrigar adolescentes a lhe prestar favores sexuais em troca de dinheiro na época em que era prefeito, entre 2005 e 2012. Ele foi afastado de suas funções na Casa Civil e suspenso dos quadros do PT após ter a prisão decretada.

Gaievski nega as acusações. Em entrevista à revista "Veja", declarou que é alvo de retaliação por membros do Ministério Público e que as denúncias foram "armadas".
Na semana passada, policiais paranaenses fizeram buscas pelo ex-assessor em seu apartamento em Brasília e em seus endereços em Realeza. Os advogados do político tentavam obter a revogação da prisão.

ACUSAÇÃO

O processo contra Gaievski corre em segredo de Justiça, por envolver menores de idade. A denúncia foi apresentada pelo Ministério Público em 2010, sob acusação de estupro de vulnerável e favorecimento de prostituição. Escutas telefônicas fundamentam a acusação.

Segundo o advogado de três das vítimas, Natalício Farias, as adolescentes relataram que recebiam entre R$ 150 e R$ 200 por "programa". Uma delas disse que teve que sair três vezes com o ex-prefeito para que conseguisse um emprego no município.

CASA CIVIL

A Casa Civil emitiu uma nota neste sábado explicando os motivos da contratação de Gaievski e relembrando o afastamento imediato do assessor assim que o órgão foi informado da prisão preventiva, no dia 23 de agosto.

Segundo a Casa Civil, o ex-prefeito de Realeza (PR) foi contratado para trabalhar na Casa Civil em janeiro para acompanhar e monitorar alguns programas do governo federal executados em parceria com municípios. "A contratação considerou a avaliação dele à frente da prefeitura de Realeza. Foi reeleito por 87% da população e teve aprovação elevada na política de saúde", diz a nota.

De acordo com o órgão, "em nenhum momento, durante o processo de contratação, foi encontrada qualquer indicação sobre as acusações que hoje surgem contra Eduardo Gaievski e que levaram à sua prisão na manhã deste sábado".

A ministra Gleisi Hoffmann, disse, em nota, lamentar a situação. "Tenho uma história de vida, não só política, em defesa da mulher e seus direitos, mas também de crianças e adolescentes. As acusações imputadas a Eduardo Gaievski são da mais alta gravidade e têm que ser apuradas levando-se às últimas consequências. Jamais compactuei ou compactuarei com crimes, ignorando-os ou acobertando-os", afirmou.


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