Folha de S. Paulo


Polícia joga bombas em índios acampados em Porto Alegre

FELIPE BÄCHTOLD
DE PORTO ALEGRE

Policiais militares e índios entraram em confronto em frente ao palácio do governo do Rio Grande do Sul na tarde desta sexta-feira (30) em Porto Alegre.

Homens da tropa de choque lançaram bombas de gás lacrimogêneo contra um acampamento montado por centenas de índios na praça em frente à sede do governo. Segundo os manifestantes, uma pessoa ficou ferida e precisou de atendimento médico.

Os índios, das etnias guarani e caingangue, pedem rapidez na retirada de agricultores de terras do interior gaúcho. O governo de Tarso Genro (PT) se comprometeu a ajudar no pagamento de indenizações aos produtores rurais como forma de facilitar a saída e regularizar terras indígenas.

Os indígenas afirmam que já discutiram o assunto em junho com o governo e que não houve evolução no processo.

Felipe Bächtold/Folhapress
Policiais militares cercam o palácio do governo gaúcho, em Porto Alegre, após confronto em manifestação de indígenas
Policiais militares cercam o palácio do governo gaúcho, em Porto Alegre, após confronto em manifestação de indígenas

"Ele [Tarso] está muito no papo e isso não está resolvendo. Enquanto isso, os índios são ameaçados por fazendeiros", diz Luís Salvador, líder de uma comunidade da cidade de Vicente Dutra (a 453 km de Porto Alegre).

Dezenas de barracas foram montadas na praça, onde também ficam a Assembleia Legislativa e o palácio da Justiça gaúcha.

Pela manhã, sindicalistas que promovem um dia de mobilização pelo país estiveram na praça e também protestaram.

O tumulto começou por volta das 15h30, quando os manifestantes se aproximaram de uma barreira montada pelos policiais militares na frente do prédio.

A explosão das bombas revoltou os manifestantes e atraiu para o local não índios indignados com a ação policial. Eles reclamam que as bombas foram jogadas contra crianças e idosos acampados.

Os indígenas afirmam que só vão sair da praça quando o governo do Estado se comprometer em documento a atender suas demandas. Dezenas de integrantes da tropa de choque permaneciam cercando o palácio na tarde desta sexta-feira (30).


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