Folha de S. Paulo


Com críticas a Aécio, presidente do PT pede dedicação ao Mais Médicos

O presidente nacional do PT, Rui Falcão, afirmou nesta segunda-feira (26) em Belo Horizonte que o PT deve se dedicar no momento a causas do governo, como a viabilização da implantação do Mais Médicos.

O programa que tenta levar médicos aos rincões do país, inclusive contratando estrangeiros, foi motivo de crítica velada de Falcão ao senador mineiro Aécio Neves, possível candidato à Presidência pelo PSDB.

"Temos que enfrentar o desafio da conjuntura, viabilizar a implantação do Mais Médicos no Brasil, porque é inadmissível que alguns políticos, aqui do Estado, inclusive, que têm pretensões elevadas na sua disputa, acharem que a vinda de médicos é apoio a ditadura", disse.

No último final de semana, Aécio questionou a forma de remuneração de médicos cubanos.

"Não tenho preconceito em relação à origem dos médicos. O que me causa estranheza é a remuneração ser feita a um governo autoritário e o fato de não sabermos quanto receberão os médicos de lá", disse Aécio. Com os cubanos, as verbas serão pagas ao regime castrista, que então repassará um percentual aos médicos em território brasileiro.

Falcão foi a Belo Horizonte para participar do lançamento da candidatura de Gleide Andrade à presidência do PT-MG, candidata apoiada também pelos ex-ministros Luiz Dulci e Patrus Ananias, que estavam presentes.

Tentando se contrapor ao PSDB, o presidente nacional do PT disse que o partido que comanda vive atualmente processos de disputas internas, mas que "tem grande unidade na hora da ação", enquanto "outros estão brigando para ter candidatura".

Ele se referia à disputa entre Aécio e o ex-governador José Serra pelo posto de candidato à Presidência da República pelo PSDB.

MARINA

Sobre as pretensões da ex-ministra Marina Silva de viabilizar um partido (Rede) para tentar se lançar candidata ao Planalto, Falcão disse esperar que ela seja "bem-sucedida", apesar das dificuldades que está tendo.

Ele, porém, não escondeu as "divergências" que o PT tem com a ex-petista e ministra no governo Lula.

"É uma pessoa que já foi do PT, deu a sua contribuição para a história do país, temos muito respeito por ela, mas temos divergências com essa aversão que ela parece mostrar em relação a partidos, que é uma forma também de certa aversão a políticos", disse.

"Achamos que ela tem também algumas ideias conservadoras, principalmente no que diz respeito aos costumes, à juventude. Mas são divergências dentro do mesmo campo", acrescentou.

MINAS

Falcão apoia a candidatura de Gleide Andrade, secretária de Finanças do partido em Minas, que deve travar disputa acirrada com o deputado federal Odair Cunha, apoiado pelo ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior).

Apesar das disputas internas para comandar o partido, Pimentel é o nome do PT mineiro para concorrer ao governo mineiro em 2014 e tentar tomar do PSDB a hegemonia de quase 12 anos à frente do poder estadual.

"É o nosso candidato, o partido está unido em torno dele", disse Falcão. "Agora [o PT] vai construir um programa de governo para que Minas possa se desenvolver melhor, a população possa participar mais e ter sintonia com o projeto nacional", disse.


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