Folha de S. Paulo


Após 12 dias, manifestantes saem da Câmara Municipal do Rio

Os sete manifestantes que ainda permaneciam acampados dentro da Câmara Municipal do Rio deixaram o prédio pouco depois das 14h. Ao saírem, foram aplaudidos e saudados pelas pessoas que se reúnem na Cinelândia, no centro, onde fica o prédio.

O grupo ocupava a Câmara havia 12 dias.

Além dos manifestantes que estavam ocupando a Câmara, há outro grupo que está acampado em 12 barracas do lado de fora do prédio. Eles permanece no local. Não houve tumultos no decorrer do dia.

O mandado de reintegração de posse foi obtido ontem (20) pela direção da Câmara, em decisão do desembargador Fernandy Fernandes, da 13ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio. O despacho do desembargador previa o uso de força policial, caso necessário, na operação de reintegração, mas os manifestantes deixaram o prédio pacificamente.

A única mulher que fazia parte do grupo, uma dona de casa de 57 anos, havia deixado a ocupação por volta das 23h de terça-feira. Pouco antes da saída dos manifestantes, um grupo de cerca de 40 pessoas que estava em frente ao prédio fez uma lavagem simbólica das escadarias do palácio.

Os manifestantes exigem mudanças na composição da CPI que vai investigar contratos das empresas de ônibus da cidade. Cerca de 50 policiais fazem a segurança nas proximidades do local.

CÂMARA DO RIO

A Câmara Municipal do Rio de Janeiro também tem sido alvo de protestos desde que dois peemedebistas --Chiquinho Brazão e Professor Uóston, colegas de partido do prefeito do Rio, Eduardo Paes-- foram escolhidos para comandar a CPI do Ônibus, que irá investigar a concessão das linhas de ônibus municipais do Rio. Brazão e Uóston foram escolhidos, respectivamente, como presidente e relator da CPI.

O Eliomar Coelho (PSOL), autor do requerimento para a criação da comissão, é o único membro da CPI que assinou o pedido. A expectativa de quem acompanhava a sessão era que ele fosse escolhido para conduzir os trabalhos de investigação.

Vereadores do PMDB são hostilizados com tapas e ovos na saída da Câmara do Rio

A instalação da CPI era uma das reivindicações dos manifestantes que, desde junho, saem às ruas no Rio. Os vereadores que apoiam o prefeito Eduardo Paes (PMDB) --40 dos 51 que compõe a Casa-- resistiam a assinar o pedido, mas parte acabou cedendo devido à pressão popular.

A sessão de quinta passada teve que ser cancelada devido à pressão daqueles que participavam do protesto e cercavam a Casa.


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