Folha de S. Paulo


Depois de invasão do plenário, líderes se reúnem para restringir acesso à Câmara

Depois da invasão de cerca de 400 pessoas ao plenário da Câmara na última terça-feira (20), líderes partidários se reuniram na manhã desta quarta (21), na Presidência da Câmara dos Deputados, para discutir soluções que evitem a repetição de casos semelhantes.

O efeito colateral mais esperado, pelo que foi apresentado inicialmente por parte dos deputados, é a restrição da circulação de cidadãos comuns no Salão Verde da Câmara. Pelas regras atuais de acesso à Câmara, basta que o visitante se identifique. A partir desse momento, ele tem acesso a toda a Câmara, à exceção do plenário.

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Decisão definitiva sobre novas normas de acesso às dependências da Câmara e ao plenário da Casa só deverá ocorrer na semana que vem. Nesse meio tempo, a direção geral da Câmara vai apresentar propostas que serão submetidas aos líderes numa próxima reunião, marcada para a próxima terça-feira (27).

O que deputados, como o líder do PPS, Rubens Bueno (PR), defendem é que haja um controle sobre os locais onde os visitantes podem ter acesso. Pela ideia de Bueno, os visitantes devem receber adesivos ou bottons que identifiquem o local onde ele vai. Por exemplo, uma audiência pública na Comissão de Direitos Humanos. Com isso, ele fica automaticamente impedido de circular por outras áreas - incluindo o Salão Verde.

"Temos que ter um controle que identifique a pessoa e saber para onde ela vai. É assim que funcionam todos os parlamentos do mundo", afirmou Bueno.

Sergio Lima/Folhapress
Plenário da Câmara dos Deputados foi invadido por manifestantes
Plenário da Câmara dos Deputados foi invadido por manifestantes

IMPRENSA

Há também uma preocupação de parlamentares em restringir a permissão de acesso ao plenário. Hoje, além de deputados e assessores, lobistas e jornalistas circulam com liberdade pelo local.

"Não é possível que a gente não consiga ter o mínimo de organização. Nós temos que pensar de uma forma que tem que ter uma tranquilidade de votar. É um tumulto tão grande, são lobistas dentro do plenário te pressionando para votar. Isso é inconcebível", disse o líder do PPS.

Rubens Bueno defendeu que a imprensa também não possa ter acesso livre ao plenário, como ocorre hoje. Segundo ele, a imprensa pode fazer seu trabalho de entrevistar parlamentares ficando restrita ao Salão Verde.

O líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), foi na mesma direção.

"No plenário, a não ser parlamentar e assessor, não pode entrar ninguém. Isso é em qualquer Parlamento do planeta. Inclui a própria imprensa. A imprensa não pode, como às vezes acontece, entrevistar um líder ao lado do microfone", afirmou o petista.


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