Os ministros do Supremo Tribunal Federal retomam hoje a análise dos recursos dos réus do mensalão sem saber se o bate-boca travado na última sessão entre o presidente da corte, Joaquim Barbosa, e o revisor do caso, Ricardo Lewandowski, irá se repetir.
Na lista de recursos a serem avaliados estão os apresentados pelos advogados do empresário Marcos Valério, operador do esquema de compra de apoio parlamentar no governo Lula, e do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares.
O primeiro caso a ser analisado deve ser o que causou o embate entre Barbosa e Lewandowski há uma semana.
Durante avaliação do recurso apresentado pelo ex-deputado Carlos Rodrigues, Lewandowski se mostrou favorável aos argumentos apresentados pela defesa, que pede redução da pena fixada.
Irritado com a demora de Lewandowski na leitura de seu voto, Barbosa o acusou de fazer "chicana" para atrasar o julgamento. Os dois discutiram e Barbosa encerrou a sessão abruptamente.
O ministro Celso de Mello, mais antigo do STF, conversou com Barbosa e Lewandowski nos últimos dias para tentar apaziguar os ânimos. Existe uma expectativa de que ele possa fazer um pronunciamento no início da sessão, uma espécie de desagravo para Lewandowski.
Mas alguns ministros acham melhor Mello não fazer isso, uma vez que Barbosa também poderia se manifestar, criando novo tumulto.
Outros temem que Lewandowski levante uma questão de ordem para poder votar sem o risco de ser atacado por Barbosa caso o presidente não lhe peça desculpas ou alguém lhe faça um ato de desagravo.
| Editoria de Arte/Folhapress | ||
 |