Folha de S. Paulo


Cartel será foco, dizem líderes de protestos

Embora vejam o governador de São Paulo desgastado pelas denúncias de cartel em licitações do sistema de metrô e trens, líderes de movimentos que participaram das manifestações desta quarta (14) têm dúvidas de que os gritos de "Fora Alckmin" possam ganhar a intensidade dos protestos enfrentados por Sérgio Cabral (PMDB) no Rio.

As entidades afirmam que pretendem continuar nas ruas contra Geraldo Alckmin (PSDB), mas defendem que a prioridade é cobrar a apuração do caso Siemens antes de mirar diretamente no tucano.

Manifestantes queimam boneco de Alckmin em protesto em SP
Alckmin será alvo de dois protestos em São Paulo

Altino de Melo Prazeres, presidente do Sindicato dos Metroviários, que convocou o protesto realizado nesta quarta no centro, diz que a entidade vai exigir a devolução do dinheiro dos contratos supostamente superfaturados e a prisão dos responsáveis.

"Se vai chegar no 'Fora Alckmin', pode ser ou não, mas há um cenário real de desgaste dele", completou.

A CUT promete centrar forças pela aprovação de uma CPI para investigar o cartel na Assembleia Legislativa.

"O foco é na apuração. Não dá para sair pedindo 'Fora Alckmin'. Se entrar outro governador que não tenha transparência na gestão, não adianta nada", diz Adi dos Santos Lima, presidente estadual da central em São Paulo.

Para Guilherme Boulos, do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, o crescimento das manifestações contra Alckmin depende não só de entidades organizadas, mas da adesão de outros setores da sociedade, como aconteceu nos protestos de junho.

Ele aposta que os atos de quarta deram "início à pressão popular" e que "certamente não vai parar por aí".

As entidades, no entanto, ainda não definiram um calendário para novos protestos. Apenas classificam de forma unânime a manifestação de quarta como "extremamente positiva".


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