Folha de S. Paulo


Vereadores do PMDB são hostilizados com tapas e ovos na saída da Câmara do Rio

Mesmo escoltados por seguranças e policiais militares, os vereadores Professor Uóston e Chiquinho Brazão, ambos do PMDB, foram hostilizados e agredidos com tapas e ovos arremessados por manifestantes ao deixarem pelos fundos o prédio da Câmara dos Vereadores, no final da manhã desta quinta-feira (15).

Relator da CPI dos Ônibus, o vereador Professor Uóston foi atingido por pelo menos dois ovos nas costas. No mesmo momento, seguranças revidaram com socos e empurrões contra os manifestantes.

Presidente da comissão, Chiquinho Brazão foi cercado por ativistas, que tentaram agredi-lo com tapas.

Armando Paiva/Fotoarena/Folhapress
Manifestantes do lado de fora da Câmara do Rio hostilizam vereadores e tacam ovos
Manifestantes do lado de fora da Câmara do Rio hostilizam vereadores e tacam ovos

Houve corre-corre e gritaria. Os dois vereadores conseguiram embarcar em táxis na rua do Passeio, próximo à Câmara.

Os manifestantes gritavam palavras de ordem: "ladrões", "essa Casa é nossa". A PM tentou localizar os agressores, mas eles fugiram.

A Folha tentou contato com os assessores dos vereadores, mas ninguém foi encontrado.

Na manhã desta quinta, vereadores realizaram a primeira sessão da CPI dos Ônibus.

A reunião começou tumultuada com um dos cinco vereadores da comissão, Eliomar Coelho (PSOL), abandonando o local após tentar se pronunciar contra a formação da comissão.

Desde o início da manhã, a Câmara dos Vereadores está cercada por Policiais Militares. Do lado de fora, manifestantes protestam contra a composição da CPI, que é formada na sua maioria por vereadores que votaram contra a criação da própria Comissão Parlamentar de
Inquérito

Localizada em frente ao prédio da Câmara, a avenida rio branco foi interditada várias vezes pelos manifestantes. O trânsito é confuso nas principais vias do centro do Rio.

Os manifestantes protestam contra a composição da CPI. Vereadores que votaram contra a criação da própria CPI integram a comissão.
A instalação da CPI era uma das reivindicações dos manifestantes que, desde junho, saem às ruas no Rio. Os vereadores que apoiam o prefeito Eduardo Paes (PMDB) --40 dos 51 que compõe a Casa-- resistiam.

DESCONTENTAMENTO

Os manifestantes estão descontentes com a escolha dos dois peemedebistas --colegas de partido do prefeito do Rio, Eduardo Paes-- para comandar a CPI do Ônibus, que irá investigar a concessão das linhas de ônibus municipais do Rio. Brazão e Uóston foram escolhidos, respectivamente, como presidente e relator da CPI.

O Eliomar Coelho (PSOL), autor do requerimento para a criação da comissão, é o único membro da CPI que assinou o pedido. A expectativa de quem acompanhava a sessão era que ele, na condição de autor do relatório, fosse escolhido para conduzir os trabalhos de investigação.

Cerca de 80 policiais militares cercam a Câmara Municipal do Rio para evitar o acesso de ativistas. Até as 11h, ao menos duas pessoas que participaram dos protestos foram detidos depois de um tumulto na entrada da Casa.

Um grupo de 50 manifestantes ocupou o interior do prédio na sexta-feira (9) e ao menos nove pessoas permanecem acampadas no plenário da Casa na praça da Cinelândia, no centro do Rio.


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