Folha de S. Paulo


Polícia confronta manifestantes perto da sede do governo do Rio; 29 estão detidos

Gás lacrimogêneo e bombas de efeito moral foram lançados às 19h50 desta quarta-feira (14) contra manifestantes no bairro de Laranjeiras, na zona sul do Rio. Até as 21h, com o protesto ainda em andamento pelas ruas da região, havia 29 detidos na 9ª DP, no Catete, bairro vizinho a Laranjeiras.

Os participantes do ato chegaram à rua Pinheiro Machado, a poucos metros do Palácio Guanabara, sede do governo do Estado do Rio, quando se deparou com 30 policiais alinhados para bloquear a via. Logo atrás, uma segunda tropa estava posicionada para conter um eventual avanço das pessoas.

Os manifestantes estavam próximos de carros e ônibus que aguardavam a autorização da polícia para seguir pela Pinheiro Machado em direção ao bairro de Botafogo.

Até que a mesma cena registrada em outros protestos se repetiu: uma barreira policial diante de um grupo de manifestantes, a discussão começando, pedras sendo lançadas e o revide com armamento policial.

Erbs Jr./Frame/Folhapress
Desaparecimento do pedreiro Amarildo Dias de Souza completa 30 dias nesta quarta-feira (14)
Desaparecimento do pedreiro Amarildo Dias de Souza completa 30 dias nesta quarta-feira (14)

Desta vez, a PM reagiu com intensidade, lançando bombas em todas as direções, inclusive perto de policiais que circulavam pelo meio do protesto. O trânsito foi aberto para os carros que ficaram no meio da confusão.

Manifestantes correram em direção à rua das Laranjeiras. No caminho, quebraram as vidraças de uma farmácia, de uma filial das Lojas Americanas, derrubaram lixeiras.

Um blindado da PM e um veículo equipado com jatos de água seguiram atrás do grupo em fuga.

SUMIÇO DE AMARILDO

Os recorrentes protestos no Rio vêm exigindo saber o que aconteceu com Amarildo Dias de Souza, o ajudante de pedreiro e morador da comunidade da Rocinha que desapareceu em 14 de julho, no Rio de Janeiro. Amarildo foi visto pela última vez sendo levado por recrutas da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) à sede da unidade, no alto da favela.

As câmeras de segurança localizadas diante da sede da UPP estavam queimadas no dia em que o assistente de pedreiro foi levado. Também não funcionava o GPS do carro policial usado para transportá-lo. A família de Amarildo diz acreditar que ele está morto.


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