Folha de S. Paulo


Para Barroso, mensalão 'não foi o maior da história, mas o mais investigado'

O ministro Luis Roberto Barroso afirmou nesta quarta-feira (14) que o caso do mensalão não foi o maior escândalo político da história, mas o mais investigado.

Barroso é o mais novo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal ), indicado pela presidente Dilma Rousseff em maio.

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O ministro disse que "é no mínimo questionável a afirmação de se tratar do maior escândalo político da história do país". "Talvez se possa afirmar sem margem de erro é que foi o mais investigado de todos, seja pelo Ministério Público, pela Política Federal ou pela imprensa", afirmou.

Para o ministro, o mensalão não foi um evento isolado na vida nacional, quer do ponto de vista quantitativo, quer do ponto de vista qualitativo. "Justamente ao contrário, ele se insere em uma tradição lamentável que vem de longe".

"Não existe corrupção do PT, do PSDB ou do PMDB. Existe corrupção, não há corrupção melhor ou pior dos nossos ou dos deles, não há corrupção do bem. A Corrupção é um mal em si e não deve ser politizada", afirmou Barroso.

O ministro afirmou que a pena foi exacerbada porque quem absolveu, mas foram minoria na hora da condenação, não votou na hora de dar a pena.

Barroso também opinou sobre a política brasileira. "Se não houver reforma política tudo vai acontecer de novo". Para ele, uma campanha barata para deputado federal custa 4 milhões e, caso seja, eleito o salário líquido não chega a um milhão. "O modelo brasileiro produz criminalização da política", diz.

As declarações de Barroso aconteceram logo após o STF retomar o julgamento do mensalão hoje quando aprecia o primeiro lote de recursos apresentado pelos condenados.

Nessa fase do julgamento serão analisados os chamados embargos declaratórios, que não podem reverter uma condenação e serve para esclarecer pontos considerados obscuros ou sanar omissões e contradições do acórdão, isto é um resumo do que foi decido no processo.

O julgamento do mensalão aconteceu no segundo semestre do ano passado. Com a duração de quatro meses e meio, foi o mais longo da história do STF.

A Corte condenou 25 réus, entre eles o chefe da Casa Civil do governo Luiz Inácio Lula da Silva, José Dirceu, considerado o chefe da quadrilha que distribuiu dinheiro a parlamentares em troca de apoio político no Congresso.


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