O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), afirmou nesta terça-feira (13) que o pagamento de diárias por parte do Estado para uma viagem pessoal a Bruxelas "foi um erro administrativo". Ele disse que já devolveu o dinheiro aos cofres públicos.
"Foi um erro administrativo. Já fizemos o ato administrativo de retorno", disse Cabral, durante evento no Palácio Guanabara.
A Folha revelou no domingo (11) que o governador recebeu dos cofres públicos R$ 1.525,40 por dois dias que passou sem compromissos oficiais em Bruxelas em maio de 2008. Ele fez o passeio antes de missão oficial a Paris, logo em seguida.
O mesmo ocorreu em outubro de 2008, quando ele foi para Londres. O governador recebeu por dois dias descritos como "livres" em programa enviado pela Subsecretaria de Relações Internacionais enviado à embaixada na Inglaterra. Neste caso, porém, o governo afirma que ele participou de reuniões sobre a candidatura do Rio para sede da Olimpíada de 2016.
PROTESTOS
Sérgio Cabral tem sido alvo de uma série de protestos no Rio e em São Paulo que pedem sua renúncia, opção descartada pelo governador. Devido às pressões, o peemedebista desistiu de utilizar diariamente um helicóptero do Estado para percorrer os menos de menos de 10 quilômetros que separam sua casa do Palácio Guanabara, ambos na zona sul da capital fluminense.
A Folha revelou que o gasto anual com operações aéreas da Subsecretaria Militar, responsável pela frota que atende as autoridades estaduais, é de R$ 9,5 milhões, incluindo combustível, seguro e aula para pilotos. Sete helicópteros atendiam ao governador, vice, secretários e presidentes de autarquias estaduais.
Em junho, o procurador-geral de Justiça do Rio, Marfan Martins Vieira, instaurou procedimento para apurar o uso dos helicópteros. De acordo com a revista "Veja", as aeronaves transportaram os filhos de Cabral, babás e até o cachorro da família, Juquinha. Também foram usadas, segundo a reportagem, por empregados pessoais do governador em viagem à casa de veraneio do político.