Folha de S. Paulo


'Não tenho por que antecipar a eleição', diz Dilma sobre 2014

Após pesquisa Datafolha apontar recuperação de parte da intenção de votos perdida com os protestos de junho, a presidente Dilma Rousseff disse nesta terça-feira (13) que ela "não tem por que antecipar a discussão eleitoral" e que "esse problema é dos outros candidatos".

"Não tenho por que antecipar a discussão eleitoral. Esse problema é dos outros candidatos, não é meu", disse Dilma, em Itapira (a 145 km de São Paulo), em entrevista a uma rádio local. Ela foi questionada sobre cenário eleitoral, sem menção específica ao levantamento do Datafolha.

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"Sou presidente da República. As outras pessoas querem ser presidente", afirmou. "Quero exercer meu mandato, não quero ficar discutindo eleição. Quero discutir meu governo. Esse é o tipo de preocupação que não é minha", completou.

Foi a primeira declaração da presidente sobre o tema após pesquisa Datafolha feita entre os dias 7 e 9 mostrar que ela recuperou parte de sua popularidade, perdida após as manifestações que tomaram o país em junho, e também das intenções de voto para as eleições presidenciais do ano que vem --embora ainda não tenha margem para evitar a disputa de um eventual segundo turno.

Editoria de arte/Folhapress

No cenário mais provável, com Dilma (PT), Marina Silva (Rede), Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB), a petista obtém 35% (alta de cinco pontos percentuais na comparação com pesquisa realizada na última semana de junho). Em seguida, aparecem Marina Silva, com 26%; Aécio Neves, com 13%; e Eduardo Campos, com 8%. Nesse mesmo cenário, Dilma tinha 51% das intenções de voto na primeira semana de junho e 58% em março.

"Eu quero cumprir o meu mandato, eu quero exercer as minhas funções, trabalhar para resolver os principais problemas do Brasil".

Entre os problemas do país, ela citou a saúde e a educação. Disse que é importante que o Congresso vote a medida que destina os royalties do petróleo exclusivamente para educação. "Precisamos de creche, educação em tempo integral, educação técnica, alfabetização na idade certa."

SAÚDE

A presidente voltou a defender o "Mais Médicos", programa do governo federal que pretende trazer médicos do exterior e é tema de controvérsia.

"Mesmo aqui em São Paulo, que é o Estado mais rico do país e onde se forma mais médicos, mais de 300 municípios pediram médicos. Falta médico no Brasil", disse Dilma na entrevista à rádio. "Existem 700 municípios no Brasil que não têm médicos."

Ela disse que "a população aponta a saúde como o maior problema do Brasil" e que a proporção de médicos aqui é inferior inclusive a de país vizinhos, como Argentina e Uruguai. "O Brasil não só tem um número menor de médicos, mas também eles são mal distribuídos. Você não tem [médicos] na periferia das grandes cidades, no interior do país, no Norte e no Nordeste"


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