A bancada do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo deseja o afastamento de Jurandir Fernandes, secretário estadual de Transportes Metropolitanos da gestão do governador Geraldo Alckmin.
Os petistas pediram nesta sexta-feira (9) ao chefe do Ministério Público paulista que o órgão solicite à Justiça o afastamento de Fernandes e de diretores do metrô e da CPTM.
Deputados do partido se reuniram na manhã de hoje com o procurador-geral de Justiça, Márcio Elias Rosa, a quem encaminharam o pedido.
Promotor diz que empresas em suposto cartel são organizações criminosas
Para o partido, os agentes públicos não poderiam permanecer nos cargos, por serem responsáveis pela assinatura de contratos com as empresas Alstom e Siemens --objetos de apuração do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) por suspeita de formação de cartel.
Os petistas argumentam que a permanência dos funcionários "pode dificultar as investigações e até a obtenção de provas" sobre a suspeita de irregularidades.
"Entendemos como extremamente necessário o afastamento dessas pessoas para garantir que as investigações sejam feitas sem risco de extravio de mais documentos", diz o documento entregue pelo PT.
O partido também requisitou a suspensão dos contratos do Estado com as duas empresas e solicitou informações sobre o andamento de representações que fez ao Ministério Público por suspeita de irregularidades em licitações do metrô e da CPTM desde 2008.
A Procuradoria informou que o ofício do partido será encaminhado aos promotores que respondem pelas investigações que estão em curso.
Para o líder do governo na Assembleia, deputado Barros Munhoz (PSDB), "as denúncias já estão sendo devidamente investigadas" e "o pedido de afastamento de autoridades, sem que tenha sido concluída a apuração dos fatos, é mais uma demonstração explícita de desrespeito aos mais básicos princípios do Estado Democrático de Direito".
"Isso não passa de mais uma manobra midiática de parlamentares oposicionistas com foco nas eleições do ano que vem", afirma.