Folha de S. Paulo


Sem acordo, grupo mantém vereadores na Câmara do Rio

Manifestantes mantêm na tarde desta sexta-feira (9) um grupo de vereadores encurralados dentro de uma sala da Câmara Municipal do Rio.

Os vereadores aceitaram receber quatro integrantes do grupo que protestava do outro lado da porta de uma sala da Câmara contra a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) dos Ônibus, mas, sem acordo sobre as reivindicações dos manifestantes, continuam isolados no local.

O grupo que foi recebido pelos políticos se queixou da escolha de parlamentares da base aliada do governo Sérgio Cabral e do prefeito Eduardo Paes para a presidência e relatoria da CPI --os parlamentares do PMDB, Chiquinho Brazão e professor Uóston, respectivamente.

Os manifestantes queriam que o vereador Eliomar Coelho (PSOL) fosse o escolhido para presidir a CPI. Coelho foi o autor do requerimento para a criação da CPI. A comissão vai investigar casos referentes a implantação, fiscalização e operação do serviço público de transporte coletivo de passageiros na capital fluminense.

Erbs Jr./Frame/Folhapress
Vereador Eliomar Coelho (PSOL) explica como será instaurada a CPI dos Tranportes
Vereador Eliomar Coelho (PSOL) explica como será instaurada a CPI dos Tranportes

O grupo reclamou também aos vereadores da rapidez com que a sessão foi conduzida --menos de 30 minutos-- e principalmente dos quase 200 manifestantes que ficaram de fora da sessão. Não se chegou a um consenso.

Mesmo depois de os quatro deixarem a sala, um grupo de cerca de 30 permanece no corredor que dá acesso ao local, bloqueando a saída dos vereadores. "Brazão, cadê você? A polícia tá aqui para te prender", gritam.

Cerca de 20 policiais chegaram para fazer a escolta dos políticos, que ainda continuam no local. Apesar do clima tenso, não há registro de tumultos até o momento.

Outro grupo de manifestantes, cerca de cem, ocupa a plenária da Câmara. Eles votam uma pauta para ser apresentada aos vereadores --que inclui a anulação da sessão que decidiu pelos presidente e relator da CPI e a realização de uma nova audiência com a presença do público. O grupo afirma que, caso as reivindicações não sejam aceitas, irá permanecer na Câmara.

Brazão afirmou em entrevista a jornalistas há pouco que não irá renunciar ao cargo de presidente da CPI.


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