Folha de S. Paulo


Manifestantes mantêm ocupação de Câmara do Rio

Ao menos 16 manifestantes permanecem nesta sexta-feira no plenário da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, no centro da cidade, de acordo com informações da rádio CBN. Eles fazem parte de um grupo de 25 manifestantes que, ao final da sessão de ontem (8), informaram que não deixariam o local.

Integrantes da da comissão de Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), que chegaram ao local por volta das 21h e foram impedidos de entrar, disseram à rádio que não há previsão de saída dos manifestantes. Eles estão sem água e alimentos.

Apenas um advogado, contratado por uma organização não governamental envolvida na manifestação, foi autorizado a entrar.

A entrada da imprensa também foi proibida. De acordo com a assessoria de imprensa da Câmara Municipal, o coronel Marcos Paes avaliou que os jornalistas não deveriam entrar para acompanhar as negociações com os manifestantes.

A principal reivindicação do grupo é de que o vereador Eliomar Coelho (PSOL) seja o presidente da CPI dos ônibus, de acordo com a reportagem da CBN.

Do lado de fora da Câmara, por volta das 22h uma manifestação organizada terminou em tumulto e confronto com a Polícia Militar, que usou bombas de efeito moral para liberar o acesso lateral, que estava bloqueado pelos participantes do protesto.

Exatamente na rota do acesso lateral à Câmara fica um dos bares mais tradicionais da cidade, o Amarelinho. Para escapar da ofensiva policial, as pessoas jogaram mesas e cadeiras para abrir passagem.

Os clientes sentados na varanda do restaurante também saíram às pressas. Em poucos segundos, a entrada do Amarelinho era um amontoado de cadeiras e mesas, com pratos quebrados e comida espalhada pelo chão.

Fabio Brisolla/Folhapress
Restaurante Amarelinho 'revirado' após a correria, no centro do Rio.
Restaurante Amarelinho 'revirado' após a correria, no centro do Rio.

NITEROI

Cerca de 60 manifestantes ocuparam na noite de ontem (8) a Câmara dos Vereadores de Niterói, na região metropolitana do Rio.

O grupo entrou na Câmara de forma pacifica. O representante do grupo leu um manifesto pedindo que governador Sérgio Cabral (PMDB) deixe o cargo e que a administração das barcas que fazem a travessia Rio-Niterói volte para as mãos do Estado. Atualmente as barcas são administradas pelo consórcio CCR.

Vereadores tentaram negociar a saída do grupo, enquanto os manifestantes tentavam convencê-los a assinar um manifesto de apoio ao movimento.

Os oito vereadores que estavam na casa no momento da invasão assinaram o documento; os outros 13 vereadores da cidade estavam ausentes.


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