Folha de S. Paulo


Polícia inicia confronto no centro do Rio e tumultua manifestação

Bombas de efeito moral, lançadas pela Polícia Militar pouco antes das 22h desta quinta-feira (8), transformaram em tumulto a manifestação organizada em frente à Câmara Municipal, na praça da Cinelândia, no centro do Rio.

O objetivo da PM foi liberar o acesso lateral, que estava bloqueado pelos participantes do protesto. Quando a ação começou, as pessoas correram desorientadas, em razão do estrondo da bomba que ainda libera gás lacrimogêneo.

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Exatamente na rota do acesso lateral à Câmara fica um dos bares mais tradicionais da cidade, o Amarelinho. Para escapar da ofensiva policial, as pessoas jogaram mesas e cadeiras para abrir passagem.

Os clientes sentados na varanda do restaurante também saíram às pressas. Em poucos segundos, a entrada do Amarelinho era um amontoado de cadeiras e mesas, com pratos quebrados e comida espalhada pelo chão.

Dentro da Câmara, um grupo de quinze pessoas permanece no plenário desde o início da tarde, período em que o acesso é liberado ao público que deseja assistir às sessões.

ACESSO DE ADVOGADOS

Quando os manifestantes anunciaram a intenção de permanecer no local, pouco antes das 18h, a direção da casa decidiu esvaziar o prédio.

O responsável pela segurança da Câmara, o coronel Marcos Paes, proibiu o acesso de um advogado da comissão de Direitos Humanos da Alerj e também de um representante da Ordem dos Advogados do Brasil.

Apenas um advogado, contratado por uma organização não governamental envolvida na manifestação, foi autorizado a entrar.

A entrada da imprensa também foi proibida. De acordo com a assessoria de imprensa da Câmara Municipal, o coronel Marcos Paes avaliou que os jornalistas não deveriam entrar para acompanhar as negociações com os manifestantes.

Fabio Brisolla/Folhapress
Restaurante Amarelinho 'revirado' após a correria, no centro do Rio.
Restaurante Amarelinho 'revirado' após a correria, no centro do Rio.

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