Folha de S. Paulo


'Não houve acordo nenhum', diz Serra sobre compra de trens da CPTM

O ex-governador José Serra (PSDB) disse nesta quinta (8), em nota, que "não houve nenhum acordo com empresas para limitar a concorrência" da compra de trens para a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), em 2008. Segundo ele, o Estado economizou R$ 200 milhões com o procedimento.

O texto, que também é assinado por seu ex-secretário de Transportes Metropolitanos, José Luiz Portella, é uma resposta a reportagem da Folha que revelou ontem o conteúdo de um e-mail enviado por um executivo da Siemens a seus superiores, em março de 2008.

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Na mensagem, Nelson Branco Marchetti diz ter encontrado com Serra e o ex-secretário em um congresso internacional. Segundo o executivo, o ex-governador teria sugerido à multinacional alemã um acordo para evitar o questionamento da licitação na Justiça, e consequente atraso na entrega dos trens.

"Ganhou a CAF, uma empresa espanhola que ofereceu o menor preço. O Estado economizou cerca de R$ 200 milhões. (...) A Siemens, ofereceu preços bem mais altos. Perdeu, ficando em segundo lugar", afirma Serra na nota.

Ele rebate a afirmação de que teria proposto um acordo -o executivo diz que o governo "consideraria"que a Siemens fosse subcontratada pela CAF para contribuir com 30% da encomenda.

"A fim de anular a concorrência, a Siemens entrou com vários recursos na esfera administrativa e na Justiça, mas não teve êxito.(...) Como se comprova com facilidade não houve nenhum acordo para limitar a concorrência. Ao contrário, o governo defendeu a concorrência e os preços menores", diz.

Serra afirma ainda que a Siemens "não foi subcontratada nem ganhou contratos novos [com o governo]. Ou seja, fatos sugeridos nessa troca de e-mails não aconteceram".

A empresa alemã entrou com um mandado de segurança contra a licitação em julho, no Tribunal de Justiça. Em outubro, no STJ (Superior Tribunal de Justiça), o governo conseguiu derrubar liminar da Siemens que impedia a CAF de entregar os trens.


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