Folha de S. Paulo


Cabral planeja receber índios e admite rever uso de museu

A reação do governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), para tentar conter a queda de sua popularidade inclui abrir as portas do Palácio Guanabara para indígenas que formavam a "Aldeia Maracanã".

Os indígenas que ocupavam o antigo Museu do Índio foram retirados em março com forte aparato policial, uso de gás lacrimogêneo e balas de borracha. Agora serão recebidos, possivelmente no início da próxima semana, pelo governador.

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Primeiro, a ideia de Cabral era demolir o edifício, como parte do que Cabral chamava de modernização do Maracanã e seu entorno. Daria espaço a lojas, estacionamento e um heliponto.

Antes da retirada dos indígenas do prédio, Cabral já havia desistido de demoli-lo. Mas afirmou que o local seria usado para a instalação de um Museu Olímpico.
A decisão não agradou os ocupantes do local, que agora devem atingir seus objetivos. O antigo Museu do Índio, que no planejamento inicial seria demolido, deve abrigar um centro de estudos sobre a cultura indígena.

Se confirmado, este seria o terceiro recuo do governador em relação ao entorno do estádio --os outros dois são a manutenção do parque aquático Júlio Delamare e o estádio de atletismo Célio de Barros. O destino da Escola Municipal Friedenreich, também no entorno do Maracanã, ainda está indefinido.
O entorno do Maracanã foi escolhido pelo governo como sinalização de reabertura de diálogo.

O objetivo é tirar a imagem de "ditador" atribuída a Cabral durante os protestos. Na avaliação de auxiliares dele, suas reações ajudaram a colar o rótulo. As tratativas com os índios vêm sendo conduzidas pela secretária de Cultura, Adriana Rattes.


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