Folha de S. Paulo


Petistas cobram de Campos reconhecimento de ações do governo federal contra seca

Petistas cobraram nesta sexta-feira (2) do governador Eduardo Campos (PSB-PE) --aliado do PT, mas cada vez mais distante por causa da pretensão de concorrer à Presidência da República no ano que vem-- reconhecimento das ações do governo federal para enfrentamento da seca em Pernambuco.

As cobranças vieram do senador Humberto Costa (PT-PE) e do ministro Pepe Vargas (Desenvolvimento Agrário).

Durante cerimônia em que o governo federal anunciou R$ 700 milhões para financiamento de agricultores do semiárido pernambucano, Costa elencou diante de dezenas de prefeitos obras e convênios feitos nas administrações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente Dilma Rousseff.

"Tenho certeza que foi por isso que Pernambuco votou maciçamente na presidenta Dilma. Porque sabia que ela ia dar continuidade à atenção que o presidente Lula sempre deu a Pernambuco", afirmou Costa.

Em seguida, o senador cobrou reconhecimento por parte do governador e dos prefeitos. "É exatamente no momento de dificuldade que é importante a gente reconhecer aquilo que, como um todo, foi feito para que o Brasil se desenvolva, o Nordeste cresça e Pernambuco avance", disse.

O ministro Pepe Vargas também destacou os investimentos dos governos petistas para o desenvolvimento da região.

Nesta sexta-feira, além de anunciar o financiamento que chega a R$ 7 bilhões para todo o Brasil, Vargas entregou 111 máquinas como retroescavadeiras e motoniveladoras para 103 municípios pernambucanos.

A resposta às cobranças veio durante o discurso de Campos, provável candidato à Presidência da República no ano que vem.

O governador disse que muitas ações anunciadas e executadas pelo governo federal são fruto da sugestões de governadores e de aplicação de políticas desenvolvidas em Pernambuco durante a administração de seu avô, Miguel Arraes de Alencar (1916-2005).

"Vi muitas políticas que Pernambuco experimentou nos governos de Miguel Arraes serem levadas para nível nacional com a chegada do presidente Lula ao governo", afirmou.

"Essa política [de atenção à agricultura familiar] não foi desenvolvida sem a ausculta dos movimentos sociais, dos governos. Nós participamos deste debate", disse Campos.

O governador aplicou à distribuição de crédito para agricultores do Nordeste o mesmo discurso crítico que tem adotado ao comentar a desigualdade econômica.

"A gente tem um terço dos agricultores familiares do Brasil e temos 10% do crédito", disse ao cobrar planejamento estratégico para enfrentamento da seca.


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