Folha de S. Paulo


Lula abre hoje Foro de São Paulo, evento que festeja o chavismo

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participará, nesta sexta-feira (2), da abertura oficial do 19º Encontro do Foro de São Paulo, que reúne partidos e organizações de esquerda da América Latina.

Embora o evento, que festeja o chavismo, esteja acontecendo na capital paulista desde a última segunda (29) e vá até domingo (4), um ato inaugural está programado para esta noite, na quadra do Sindicato dos Bancários, no centro.

Além de Lula, devem discursar o vice-presidente de El Salvador, Salvador Sánchez Cerén, que deve ser o candidato da Frente Farabundo Marti de Libertação Nacional (FMLN) à Presidência do país em 2014, e o presidente do PT, Rui Falcão.

O PT e a FMLN estão entre os partidos integrantes do Foro. Outras legendas brasileiras presentes no evento são o PC do B, o PSB, o PDT, o PCB e o PPL.

O presidente da Bolívia, Evo Morales, é esperado para o encerramento, no domingo. Sua presença foi confirmada na quinta (1º), durante uma reunião de parlamentares do Foro, pelo senador Adolfo Mendoza, do partido Movimento ao Socialismo (MAS).

Segundo o político, faltavam apenas definir questões logísticas e de segurança para a vinda do mandatário.

Outra autoridade aguardada é o governador do Estado venezuelano de Barinas, Adán Chávez, irmão do ex-presidente Hugo Chávez. O político, morto em março, será homenageado neste sábado (3) com debates sobre seu legado.

Alguns militantes do Foro já desfilam pelas reuniões do evento com camisetas alusivas ao líder. Em uma delas, a imagem dos olhos de Chávez é acompanhada da frase "Começa a lenda", em espanhol. Ele também passou a ser citado ao lado dos antigos libertadores do continente americano, como José de San Martin e Simon Bolívar.

Até a noite desta quinta, o Foro contabilizava 900 participantes inscritos, vindos de 34 países e 90 organizações.

DEBATES

Entre os eventos programados para esta sexta estão um seminário de balanço dos governos de esquerda e debates sobre os movimentos sociais integrantes do Foro.

Uma reunião de petistas integrantes de movimentos populares, na quinta, foi marcada por críticas à política de alianças do governo e a alguns integrantes do partido.

Ao analisar as manifestações realizadas no país em junho, Markus Sokol, candidato à presidência do PT pela corrente interna O Trabalho, disse que há um "problema de orientação" do partido, responsável por criar um "fosso entre representantes e representados".

"O partido está com Collor em Alagoas, Afif em São Paulo, Cabral no Rio, Maluf, o que queria que a juventude achasse? A paciência do povo tem limite", disse Sokol.

Assim como fez na última segunda-feira, após a reunião do Diretório Nacional do PT, o dirigente afirmou que o vice-presidente da República, Michel Temer, "sabotou" a proposta da presidente Dilma Rousseff de propor uma Constituinte exclusiva para a realização de uma reforma política.

Outros participantes atacaram o ministro Paulo Bernardo, das Comunicações, a quem acusaram de trabalhar contra a proposta petista de democratização dos meios de comunicação. Paulo Mariante, da Executiva municipal de Campinas (SP), criticou também a direção da sigla, comandada por Rui Falcão, por não desautorizar publicamente o ministro.

Editoria de Arte/Folhapress

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