Folha de S. Paulo


Fuzileiro que estava em protesto é preso

A Marinha puniu com prisão o fuzileiro naval que estava na frente do Itamaraty no protesto que reuniu 30 mil pessoas em Brasília e acabou em quebradeira na Esplanada dos Ministérios.

A Folha gravou em vídeo o momento em que o militar, vestindo bermuda, camiseta e gorro, entra no Itamaraty e é cercado por policiais militares. Ele avisa que é fuzileiro antes mesmo de pular as janelas quebradas pelos manifestantes e entrar no prédio, mas chega a ser imobilizado no chão pela PM.

Oficialmente, a Marinha, contudo, omite o nome e a punição aplicada ao militar. Informou que o fuzileiro cometeu contravenção disciplinar, tendo adotado "medidas administrativas cabíveis".

"O referido militar participava da manifestação na Esplanada dos Ministérios, no dia 20 de junho, sem estar a serviço da MB [Marinha do Brasil], tampouco exercendo qualquer atividade de Inteligência", informou.

O estatuto militar proíbe qualquer participação em manifestações e exige apartidarismo político. O regulamento da Marinha prevê, para soldados como o fuzileiro que estava na manifestação, seis tipos de punições em caso de contravenção, entre elas repreensão, prisão e até expulsão da Força.

Reprodução/TV Folha
Fuzileiro naval é cercado pela polícia; ele estava na frente do Itamaraty no protesto que reuniu 30 mil pessoas em Brasília
Fuzileiro naval é cercado pela polícia; ele estava na frente do Itamaraty no protesto que reuniu 30 mil pessoas em Brasília

A Folha apurou com militares que, no caso do fuzileiro, a prisão foi a punição escolhida pelo comandante direto do militar. A sindicância foi concluída em 4 de julho.

Apesar de não estar em serviço, por sua função, o fuzileiro era responsável pela segurança do Itamaraty.

Foram danificadas 65 vidraças, com custo total de reposição de R$ 18,4 mil, segundo o Itamaraty. (FERNANDA ODILLA)


Endereço da página: