Folha de S. Paulo


História da Jornada é lembrada durante vigília de peregrinos em Copacabana

"Ide e fazei discípulos entre todas as nações". A orientação que norteia a história da Jornada Mundial da Juventude foi lembrada ao longo da vigília de orações dos peregrinos com a presença do papa Francisco neste sábado (27) na praia de Copacabana, zona sul do Rio.

Considerada uma demonstração da fé dos peregrinos, a vigília foi precedida por uma caminhada entre o centro do Rio e Copacabana, um trajeto de 9,5 quilômetros que mobilizou milhares de fiéis ao longo de todo o dia.

Veja o especial O papa no Brasil
Papa chama fiéis de 'atletas de Cristo' e pede aos jovens que saiam às ruas
Análise: Referência ao futebol é analogia lógica a um papa argentino no Brasil
Participa da Jornada? Envie foto ou vídeo
Participantes da Marcha das Vadias criticam Igreja Católica

No início da noite, os telões da orla apresentaram uma imagem panorâmica da praia de Copacabana ocupada em toda a sua extensão. A multidão respondeu com aplausos.

Diante da cruz do suntuoso palco instalado em Copacabana, iluminada por uma luz azul, coube ao ator Tony Ramos a primeira fala da celebração: "Novos tempos. É tempo de enxergar o outro como a si mesmo. É tempo de olhar o próximo com generosidade. Como cada gota de água forma o oceano, somos todos parte de algo único. E o que nos une é o amor: único sentimento capaz de combater os males do mundo."

Ao encerrar sua participação, o ator fez a convocação aos peregrinos: "Jovens de todos os continentes, ide e fazei discípulos."

A cerimônia incluiu quatro testemunhos católicos, como o do carioca Carlos Lins, 30, frequentador da paróquia de Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, que relatou sua experiência como ex-usuário de drogas e mencionou o trauma causado por um caso de aborto.

Em seguida, Flavio Mathias, um jovem padre, falou sobre sua experiência no município de Novo São Joaquim, em Mato Grosso, onde celebra missas para jovens índios da tribo Xavante. Seu relato fez referência a escassez de religiosos católicos em pontos remotos do Brasil: "Espero que meus irmãos sejam tocados por esse mesmo espírito missionário, para que esse trabalho tenha continuidade. Louvo a Deus por esse povo simples e humilde, que devido a escassez de padres lutam para manter viva a fé em seus corações".

A relação do jovem com o sexo foi lembrada no depoimento de Felipe Passos, 23, que mencionou sua intenção de manter a castidade até quando casar. O mesmo rapaz, atualmente em uma cadeira de rodas, foi baleado durante um assalto meses atrás e citou a fé como um fator determinante em sua sobrevivência.

Já o depoimento de Ana Vitória Ferreira Vidal, 21, chamou atenção por ter citado uma relação conflituosa com o funk. "Minha vida era só escutar funk proibidão. Eu falava palavrões e lia horóscopo. Hoje eu larguei o proibidão, a rebeldia, as coisas mundanas", testemunhou Ana Vitória.

Entre um e outro depoimento, os figurantes da festa ergueram no palco a estrutura de uma casa, intervenção lembrada no próprio sermão do papa Francisco.

"Nós somos parte da igreja e devemos nos converter também em construtores desta igreja", afirmou Francisco. Antes do discurso do papa, o cantor Luan Santana cantou a oração de são Francisco de Assis.

Veja vídeo

Assista ao vídeo em tablets e celulares

No trecho final da cerimônia, jovens de várias nacionalidades fizeram suas preces diante do pontífice. Com aproximadamente 2h30 de duração, a celebração terminou com voluntários, figurantes e religiosos reunidos no palco após a saída do papa Francisco.


Endereço da página:

Links no texto: