Folha de S. Paulo


Papa cobra 'reabilitação política' e pede diálogo contra protestos e tensões

No discurso dirigido à classe política brasileira, o papa Francisco defendeu neste sábado o diálogo e a "a cultura do encontro" para resolver tensões políticas.

O pontífice voltou a se referir ao tema citando a ética e cobrando reabilitação. ""O futuro exige hoje reabilitar a política, uma das formas mais altas de caridade. O sentido ético é um desafio sem precedentes", afirmou, de improviso, em espanhol.

Em discurso feito na comunidade de Varginha na quinta-feira, o líder religioso já convocara os jovens a não desanimar diante dos casos de corrupção e a manter a esperança na política.

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Em alusão aos protestos, disse que uma democracia precisa da "vigorosa contribuição das energias morais" para evitar a "pura lógica da representação dos interesses constituídos".

"Entre a indiferença egoísta e o protesto violento, há uma opção sempre possível: o diálogo. O diálogo entre as gerações, o diálogo com o povo, a capacidade de dar e receber, permanecendo abertos à verdade", afirmou Francisco.

"É impossível imaginar um futuro para a sociedade, sem uma vigorosa contribuição das energias morais numa democracia que evite o risco de ficar fechada na pura lógica da representação dos interesses constituídos."

Francisco afirmou que, "quando os líderes me pedem um conselho, a minha resposta é a mesma: diálogo, diálogo, diálogo".

O papa também falou sobre "responsabilidade" social, pregando "uma visão humanista da economia e uma política que realize cada vez mais e melhor a participação das pessoas" e citando um trecho do profeta Amós criticando corrupção:

"Eles vendem o justo por dinheiro, o indigente, por um par de sandálias; esmagam a cabeça dos fracos no pó da terra e tornam a vida dos oprimidos impossível", citou o papa e concluiu: "Os gritos por justiça continuam ainda hoje".

O encontro com os políticos ocorreu no Teatro Municipal do Rio no final da manhã. Pela manhã, ele rezou uma missa na Catedral do Rio a religiosos. Os seus compromissos nesta sexta-feira ainda incluem um encontro com bispos latino-americanos e a vigília, em Copacabana.

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Papa fala sobre protestos e propõe diálogo; veja íntegra

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