Folha de S. Paulo


Em almoço, papa leva jovens às lágrimas com pergunta

Uma pergunta do papa Francisco levou às lágrimas 12 jovens de diversos países escolhidos para almoçar com ele nesta sexta-feira.

"Ele perguntou por que estamos almoçando com o papa enquanto outros estão comendo nas favelas. Isso nos fez chorar", disse o neozelandês Thompson Philip, em encontro com jornalistas.

O almoço foi no Palácio São Joaquim, residência do arcebispo do Rio, no bairro da Glória. O papa falou pouco: disse a eles que as pessoas não são uma comunidade, e não ilhas, e que é preciso buscar um conselho espiritual.

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"Não creiam que o senhor papa sabe tudo e não precisa nada. O papa também tem um confessor que conhece a sua alma", disse Francisco aos jovens.

Um dos dois brasileiros escolhidos para o almoço, a carioca Aline Ribeiro Casado, 22, disse que o papa "nos falou sobre como servir a Deus pela caridade, na construção da cultura da paz

Depois desses comentários introdutórios, os jovens contaram as suas vidas, a pedido do pontífice.

"No final, ele fez perguntas a todos, mas disse que não precisaríamos responder agora: 'Por que estão hoje aqui? Por que estamos almoçando com o papa quando outros estão comendo nas favelas? Por que há jovens morrendo na rua de fome? Por que há pessoas inocentes sofrendo? Quando vocês tiverem as respostas, quando o coração começar a chorar, estarão mais perto de Deus.'", disse uma jovem colombiana, que se identificou como Paula.

A ideia inicial era que houvesse representantes de todos os continentes, mas nenhum africano participou. Questionado sobre a ausência, o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, disse que nenhum foi encontrado, apesar de haver centenas circulando pela cidade.

O cardápio incluiu salada, risoto, filé de frango com molho de damasco, mousse de maracujá, frutas e café.


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