Folha de S. Paulo


Exército põe grades para conter manifestantes em Copacabana, no Rio

A Polícia Militar do Rio de Janeiro está tentando proteger a área próxima ao palco de Copacabana da Jornada Mundial da Juventude de manifestantes que começam a se aproximar.

O Exército também se posicionou ao redor das divisórias de metal que protegem a área reservada.

Cerca de 500 pessoas, de acordo com a Polícia Militar, participam de protesto pela avenida Atlântica, e tentam invadir o acesso ao palco onde esteve o papa Francisco. Eles foram parados por policiais militares armados com armas de choque, da marca Taser.

Alguns manifestantes levaram choques dos policiais ou foram atingidos por cacetetes. PMs pedem calma entre si. Freiras e peregrinos saem correndo do local. Policiais e um cordão de voluntários procuram evitar a interação entre peregrinos e as pessoas que fazem protestos. Manifestantes gritam "quem não pula quer Cabral" e "não vai ter Copa".

Alguns dos manifestantes também mostram faixas contra o governador Sérgio Cabral. Gritam, em uníssono, frases como: "e, e, e, e, Cabral vai pro inferno, Satanás não vai querer" e "do papa, do papa eu abro mão. Quero meu dinheiro para saúde e educação".

O nome do protesto é "Papa, veja como somos tratados" e o tema mais tratado é o gasto público com a JMJ. "Vim protestar contra o Cabral [governador do Rio] e a quebra da laicidade do Estado. Usar dinheiro publico em um evento religioso não e democrático nem laico", disse Júlio César de Andrade, 29.

O estudante Luiz Gustavo Chagas, 19, peregrino que veio de Goiás, se incomodou com o cartaz "Deus não existe" e começou um debate, por volta das 17h, com João Pedro Vieira, 23, manifestante e membro do coletivo "Voz das Ruas".

Os dois discutiram os gastos na Jornada. "É errado gastar R$ 118 milhões num evento religioso". A Prefeitura do Rio e o Estado afirmam que desembolsaram R$ 52 milhões.

"De onde você tirou esse valor? O governo não gastou nada. Só com segurança. E o papa também é um presidente e o Brasil é obrigado a fazer a segurança dele", respondeu Chagas. "Esse valor está nos jornais. É só olhar na Receita", disse Vieira.


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