Folha de S. Paulo


Entenda a Nona Estação da Via Sacra: Jesus cai pela terceira vez

Criada no século 15, por franciscanos, a Via Sacra é uma procissão dramatizada que representa os episódios da condenação, suplício e morte de Jesus Cristo na cruz, dividido em 14 estações.

A encenação do Rio foi concebida pelo diretor de teatro e televisão Ulysses Cruz.

Na Oitava Estação, Jesus consola as mulheres de Jerusalém e diz para elas que elas devem corar por elas mesmas e por seus filhos.

Editoria de Arte/Divulgação/Folhapress

NONA ESTAÇÃO: JESUS CAI PELA TERCEIRA VEZ

REFERÊNCIA Estudante cadeirante

Intérprete: Fernando Amaro, voluntário Jornada Mundial da Juventude

Por um iníquo julgamento foi arrebatado.
Quem pensou em defender sua causa, quando foi suprimido da terra dos vivos, morto pelo pecado de meu povo?
Foi-lhe dada sepultura ao lado de facínoras e ao morrer achava-se entre malfeitores, se bem que não haja cometido injustiça alguma, e em sua boca nunca tenha havido mentira. (Is 53, 8-9)

CENÁRO

Esta escadaria é como uma arquibancada, sendo a estrutura mais simples do trajeto. Seus degraus são largos o suficiente para caber cerca de 20 cadeirantes distribuídos em vários lances de escada.

Um elevador está escondido atrás da estrutura.

CENA

Pelas laterais da escadaria --de costas para o público-- entram em cena 20 motoboys que empurram 20 cadeirantes que trazem em seu colo um capacete. Além deles teremos a presença de outros cadeirantes no platô mais baixo da estrutura. Os do platô mais alto Estão vestidos com roupas de trabalho: jaquetas, macacões, grandes mochilas. É uma linguagem realista, tudo sujo e gasto pelo uso e pelo tempo. Os cadeirantes que ocupam o platô mais abaixo estão vestidos com suas roupas do dia a dia.

Ao mesmo tempo, um elevador sobe até a última plataforma, acima da linha da cabeça do último grupo de motoboys. O elevador traz a imagem de um homem magro carregando a Cruz, tudo pintado como se fosse de Madeira encerada, lembrando uma escultura pictórica de Aleijadinho. Silêncio.

A imagem cai de joelhos na pose clássica e fica imóvel.

Entram os dois celebrantes no último degrau ao lado da escultura viva, um de cada lado, e falam o texto da reflexão.

MEDITAÇÃO

Senhor Jesus, Cristo Redentor, eis-me aqui! No teu Coração de mestre encontrei a Verdade. Venho do mundo dos estudos. Eles fazem parte da minha missão neste momento. O conhecimento e a ciência me encantam, mas muitas vezes me seduzem e até induzem a imaginar que não preciso de ti. Mas meu coração tem sede de um amor e de uma verdade que superam os amores e as verdades desta terra. Apenas na tua Verdade encontro a sabedoria eterna. E neste tesouro encontro as forças para não mais cair. Apenas quem encontra a Verdade, para além dos limites do corpo, fica verdadeiramente de pé.

À saída de cena do cadeirante que recita esta meditação, os olhares se viram para o cortejo, que ao mesmo tempo em que vai chegando na próxima estação, o ator que fará Jesus, já está se preparando para subir vagarosamente a rampa sinuosa.

Quando a Cruz é posta em seu pedestal, ator representando Jesus já está subindo a rampa. Flagelo.

Mesma referência anterior: matracas, segmento musical e deslocamento.

Editoria de Arte/Folhapress

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