Folha de S. Paulo


Comércio de Aparecida (SP) permaneceu aberto na madrugada à espera do papa

Com uma multidão à espera do papa Francisco espalhada pelas ruas de Aparecida (SP), comerciantes da cidade mantiveram as portas abertas ao longo de toda a madrugada desta quarta-feira (24).

Apesar do frio e da chuva, a lanchonete de José dos Santos, 46, que fica numa avenida próxima à basílica, teve movimento ininterrupto. Segundo ele, a maioria da clientela era de outro Estado ou outro país.

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O comerciante disse que viu fiéis fazendo "vaquinha" para comprar lonas para se proteger da chuva enquanto esperavam na fila que garantiu acesso à basílica, onde o papa rezou uma missa pela manhã. O acesso foi restrito a 12 mil pessoas.

Idosos chegaram a pagar até R$ 200 para outras pessoas garantirem um lugar na fila, segundo Santos. "Não esperava que esse povo fosse sofrer tanto na chuva", disse. Evangélico, afirmou que vai ver o papa passar por curiosidade e por ser cristão.

Já Beto Bruno, 52, dono de uma loja de acessórios, disse que está acordado desde às 6h de terça-feira para não interromper as vendas.

Rayanne Azevedo/Folhapress
Comerciante Beto Bruno, 52, que manteve sua loja aberta na madrugada desta quarta-feira (24), perto do santuário e Aparecida
Comerciante Beto Bruno, 52, que manteve sua loja aberta na madrugada desta quarta-feira (24), perto do santuário e Aparecida

Guarda-chuvas e capas foram alguns dos itens mais procurados na loja, que tocava funk em alto volume ao longo da manhã.

"O papa Francisco não é o papa dos pobres? Pobre não é da periferia? E a periferia não gosta de funk?", argumentou ao ser questionado sobre a coerência entre o evento católico e o estilo de música.

Entre os fieis que permaneceram na fila na madrugada estava João Marcos, 44, que foi de São José dos Campos (SP) a Aparecida com a mulher e a sogra. Eles ficaram ao relento para garantir entrada na Basílica. "Vimos a missa inteira, valeu a pena", afirmou ele, que entrou na fila às 22h de terça.


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