Folha de S. Paulo


Arcebispo do Rio celebra missa para cerca de 400 mil e dá as boas-vindas aos peregrinos

Sob uma chuva fina, milhares de fiéis participaram da missa de abertura da Jornada Mundial da Juventude, celebrada pelo arcebispo do Rio, dom Orani Tempesta, na praia de Copacabana (zona sul).

O comandante do 19º BPM (Copacabana), tenente-coronel Claudio Oliveira, estima em 400 mil o número de participantes. Já a organização da Jornada fala em 1 milhão de pessoas.

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O arcebispo iniciou a celebração por volta das 19h30 com as boas-vindas aos peregrinos. "Essa cidade maravilhosa tornou-se ainda mais bela com a presença de vocês", afirmou.

Dom Orani ainda relembrou os mortos na tragédia de Santa Maria, as vítimas da chacina da Candelária, no Rio, saudou o papa emérito Bento 16 e foi aplaudido.

"Sabemos que ele nos segue com a oração e acompanha-nos pelos meios de comunicação. A ele nossa saudação afetuosa". Em coro, o público cantou o Hino de Louvor Glória.

Algumas preces foram ditas em diversas línguas, além do português: italiano, francês, alemão e espanhol. Também foi possível ouvir a missa completa em seis línguas, por rádio. Após a missa, os shows continuam até as 23h. O canto de entrada foi cantado em português, inglês e espanhol.

A área de cadeirante foi liberada para idosos e mulheres com crianças de colo. O acesso foi complicado, com a multidão que ficou na calçada em frente à entrada. Havia poucas pessoas no local.

Uma voluntária entrevistada pela Folha presenciou uma cena inusitada. Ela viu uma senhora entrar de óculos escuros, amparada por um familiar, na área restrita a deficientes. Minutos depois, a mesma senhora, supostamente cega, assistia a cerimônia com óculos.

"Não acho que foi milagre", disse a voluntária, aos risos, que pediu para não ser identificada. Ela não denunciou a invasão da suposta cega na área reservada.

O que menos se viu entra as inúmeras bandeiras que estavam no ar na área mais próxima ao palco foi o pavilhão do país. Havia diversos brasileiros com bandeiras, mas muitas sem mastro. Com isso, elas não apareceram entre as demais.

Mais cedo, um grupo de forró vindo do interior do Ceará aproveitava para vender seu CD por R$ 5. "É para ajudar nas despesas da viagem", disse o integrante Humberto Lima, 46.

Depois da missa, o cardeal Stanislaw Rylko, presidente do Pontifício Conselho para Leigo, leu uma mensagem em português. "Cristo precisa de vós, jovens. Precisa da vossa fé jovem, cheia de alegria e de entusiasmo missionário. Cristo conta com cada um de vós".

Ele também deu as boas-vindas aos peregrinos. "Caríssimos jovens de todo o mundo. A JMJ do Rio começou. Digo mais uma vez a todos vós: bem-vindos ao Rio de Janeiro".

DIFICULDADES

Os peregrinos enfrentaram uma série de dificuldades: chuva fina, a maré que subia reduzindo a faixa de areia e a falta de energia que deixou o metrô parado por duas horas. Os termômetros de rua marcavam 15º C. Também há relatos de dificuldades para utilizar a internet.

Por volta das 20h15, parte do público começou a ir embora. Os pontos de ônibus na avenida Nossa Senhora de Copacabana, na região, estavam lotados. Muita gente foi para o subúrbio e bairros longínquos, onde se chega de trem. Os ônibus que vão para a Central do Brasil, onde é possível fazer a conexão com os trens, eram os mais lotados.


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