Rodelas banhadas em chocolate, ou recheadas com doce de ovos, são uma especialidade do chef confeiteiro Lucas Corazza, 30, que vende hóstias doces desde os 15 anos. "Começou quando eu vendia Romeu e Julieta com uma hóstia dentro", diz.
De tempos em tempos, Corazza procura fazer receitas de hóstias doces diferentes. "Agora, com esse turbilhão de notícias e eventos relacionadas ao papa, estou trabalhando para não dar doces repetidos", explica.
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A última invenção foi o "ghóstia" --que incorporou o "g" de "gourmet" no nome--, uma hóstia revestida de ganache de chocolate amargo (63% de cacau da fazenda João Tavares, localizada na Bahia), com doce de leite e finalizado com pó dourado comestível.
Antes disso, elaborou a receita de um doce de ovos moles entre duas hóstias. Ela apareceu no noticiário de um telejornal, e, logo depois, o chef recebeu seis encomendas que totalizavam 900 doces. A maioria é usada em batizados, mas os pedidos também são feitos em função de casamentos e celebrações de primeira comunhão.
Embora os preços sejam muito mais altos que os de hóstias normais --o pacote com 50 rodelas de pão ázimo custa R$ 5,25, segundo o confeiteiro-- Corazza argumenta que eles não são inacessíveis, "mas são feitos com bons ingredientes". Quando são negociadas menos de 50 unidades, cada uma sai por até R$ 3,50.
Sobre o contraste entre hóstias gourmet e a postura modesta do papa Francisco, o chef reconhece que seu público "não é um público de baixo poder aquisitivo". Mesmo assim, acrescenta que sua escola de gastronomia, a francesa, não ambiciona necessariamente o luxo: "Temos que entender que os parâmetros de simplicidade são muitos diferentes em diferentes lugares. Na Europa, por exemplo, se come mostarda Dijon corriqueiramente".