Folha de S. Paulo


PM do Rio não tem aula de controle de distúrbios há 5 anos

O comandante-geral da Polícia Militar, Erir da Costa Filho, afirmou na manhã desta quinta-feira (18) que há cinco anos a disciplina para controle de distúrbios foi retirada do currículo da formação de policiais militares. Apenas agentes do Batalhão de Choque participam de cursos para agir nesses casos.

De acordo com o coronel, a retirada ocorreu porque o Rio não tinha tradição de manifestações violentas. Há seis anos o Brasil foi escolhido como sede da Copa do Mundo, primeiro de uma série de eventos previstos no país que atraem protestos em todo o mundo.

"Tínhamos manifestações pacíficas. A cultura do Rio era assim. Há dois anos o Batalhão do Choque foi treinado pela polícia francesa", disse o comandante.

Ele afirmou que as manifestações atuais não têm líderes, o que exige "negociação virtual".

O secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, afirmou que mesmo os cursos no país e no exterior feitos pelos policiais não seriam suficientes para controlar o que chamou de "turba", responsável pelas depredações ontem no Leblon.

"Existem protocolos em manifestações organizadas. Normalmente tem representantes, horário para começar e terminar, trajeto. Se você vai numa confusão, não há manual, nada mágico que faça resolver a situação. Não há protocolo no mundo para atuar com turba, em confusão", disse o secretário.


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